A diferença da cobertura na mídia brasileira sobre os estragos causados em Cuba e nos Estados Unidos com a passagem do furacão Sandy demonstra como as informações de nossa mídia sobre Cuba são distorcidas, manipuladas e muitas vezes ocultadas.
Parece que o furacão Sandy não passou por Cuba, e sim, só pelos Estados Unidos. A mídia deu a entender que em Cuba passou apenas uma tempestade tropical, sem muitos prejuízos.
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Cuba ficou localizada no caminho dos furacões, no Mar das Antilhas, na entrada do Golfo do México. Praticamente todos os anos o país sofre com a devastação causada pela passagem desse fenômeno da natureza. Para um país pobre, sem grandes recursos naturais, sem fontes energéticas relevantes e sem ajuda significativa da comunidade internacional, os furacões acarretam grande impacto na economia do país. Além dos furacões, ainda existe o bloqueio econômico imposto pela maior potência econômica e militar do mundo, os Estados Unidos da América do Norte.
Não é mole, quase todos os anos, mobilizar mais de 3 milhões de pessoas, colocando-as em locais seguros das consequências devastadoras dos furacões. O governo cubano faz relocações da população das áreas que serão afetadas com muita competência. O nível de consciência política do povo ajuda na ação rápida de mobilidade de grande contingente populacional.
Os Estados Unidos, com toda a riqueza, com todo o aparado tecnológico disponível, sofreu, e como sofreu, as consequência do furacão Sandy. Em Nova Iorque foi um deus nos acuda. Imagine Cuba e o sacrifício de seu povo e de seu governo no enfrentamento das consequências da passagem do Sandy pela Ilha.
Conversei com Olavo Queiroz, o camarada que preside, aqui no estado, a Casa da Amizade Brasil/Cuba, que esteve lá logo após a passagem do furacão Sandy. Ele voltou preocupado com o estrago causado nas províncias de Holguín, Guantânamo e de Santiago de Cuba. O governo cubano vai ter muita dificuldade financeira para reparar os estragos causados pelo furacão Sandy.
Li uma boa notícia no jornal Granma. A representação da ONU em Cuba apresentou na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o plano de ajuda ao país. O documento foi preparado conjuntamente com os representantes dos fundos, organizações e programas do Sistema das Nações Unidas em Cuba, em coordenação com as autoridades nacionais, tudo com o objetivo de otimizar o resultado da ajuda prevista. O povo cubano precisa muito dessa ajuda.
Agora, o que anima é a certeza do compromisso do governo cubano com o social, compromisso de oferecer educação, saúde, cultura, esporte e lazer para todos, mesmo sofrendo constantemente esses reveses da natureza. Cuba sente dificuldade em oferecer um bom padrão de vida a seu povo, mesmo assim oferece oportunidade de uma educação de primeiro mundo e um sistema de saúde pública de boa qualidade, extensiva a toda a população.
Os grandes meios de comunicação da América Latina, sob o controle dos interesses ianques, não podem continuar distorcendo os fatos, mentindo, ocultando informações corretas sobre essa brava Ilha.
Já estive lá por duas vezes (1988 e 2011), em cada viagem retornei mais entusiasmado com a bela ilha, seu bravo povo e seu governo. Cuba sempre foi solidária com a comunidade internacional, sempre esteve presente em diversos países em momento de catástrofes levando ajuda humanitária. Chegou a hora de receber apoio de seus irmãos latinos-americanos.
Antonio Capistrano foi reitor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern) e é filiado ao PCdoB.