Isabel dos Santos está a ser investigada num novo processo em Portugal por tentativa de efectivação de uma segunda transferência bancária, revelou, hoje, a revista “Visão”.
De acordo com a mesma publicação portuguesa, o Departamento de Acção Penal (DCIAP) impediu, em Dezembro, uma segunda transferência bancária suspeita feita por uma sociedade que o Ministério Público de Portugal julga actuar como testa-de-ferro de Isabel dos Santos.
A operação, no valor de 1,2 milhões de euros, tinha como destino um país do Médio Oriente e foi suspensa com o aval de um juiz de instrução.
Esta transferência de 1,2 milhões de euros, segundo a “Visão”, foi barrada por um elemento da equipa do DCIAP na mesma altura em que Rosário Teixeira, também procurador naquele departamento e que entre outros casos investigou José Sócrates, travou uma transferência de dez milhões de euros que Isabel dos Santos se preparava para efectuar à Rússia, através de uma conta supostamente em nome de Leopoldino Fragoso do Nascimento.
A “Visão” refere que depois de analisar a origem e o destino do dinheiro e as entidades envolvidas, o DCIAP entendeu existirem indícios de que estes milhões estarão ligados a actividades criminosas, pelo que as operações foram travadas e as contas bancárias ficaram congeladas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola admitiu, esta semana, que poderá arrestar participações da empresária angolana Isabel dos Santos em empresas portuguesas, tal como aconteceu no país.
Acções na Namíbia
Activos de Isabel dos Santos no Banco BIC da Namíbia não serão congelados, por enquanto, garantiu o governador do banco central daquele país, Ipumbu Shiimi, citado pelo jornal “The Namibian”.
A garantia foi feita na terça-feira, após relatos da imprensa internacional de que o Tribunal Provincial de Luanda havia emitido uma ordem de arresto aos bens da empresária angolana.
De acordo com o mesmo jornal, o Banco Central namibiano considera que a participação de Isabel dos Santos no Bank BIC Namibia (42,5 por cento), está segura, por enquanto. “Deve-se ter em mente que o Bank BIC Namibia Limited é propriedade de vários accionistas e o Banco da Namíbia não tem conhecimento de algum desenvolvimento que possa ameaçar a estabilidade do BIC Namíbia no momento”, disse Ipumbu Shiimi.
Shiimi acrescentou que as autoridades angolanas ainda não contactaram o Banco da Namíbia sobre o assunto. “O Banco da Namíbia está ciente dos desenvolvimentos em Angola (…), mas autoridades angolanas não interpelaram o Banco da Namíbia em relação ao Bank BIC Namibia Limited”, afirmou.
O BIC foi criado em Angola em Maio de 2005 e, em 2008, expandiu a marca para a Europa. Também opera em Cabo Verde e tem um escritório na África do Sul. Na Namíbia, onde opera desde Maio de 2016, conta com quatro agências.