Retirado do Jornal Granma.
Autor: Walkiria Juanes Sánchez | walkiriajuanessanchez@gmail.com
Novembro, conhecido como o mês azul, promove o combate ao Diabetes no dia 14 de cada ano. A “epidemia silenciosa” é a quarta causa de morte no continente americano segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e a oitava em Cuba segundo o Anuário Estatístico 2020 do Ministério da Saúde Pública.

Este ano denota uma experiência diferente, devido à pandemia do COVID-19, pelos desafios que tem imposto aos diabéticos e aos seus cuidadores. Diante da nova realidade, o tema promovido pela International Diabetes Federation (IDF) é: “A equipe de enfermagem faz a diferença”, para destacar seu papel no apoio aos enfermos.
Mais do que o número de pacientes cadastrados que já ultrapassa 400 milhões, o número de diabéticos não diagnosticados de forma precoce e oportuna é preocupante, que chega a entre 30 e 40% apenas no continente americano, afirma a OMS.
Durante o Congresso Mundial da IDF, realizado no ano passado na cidade de Busan, na Coréia do Sul, o Dr. Ileydis Iglesias Marichal, diretor do Instituto Nacional de Endocrinologia de Cuba, destacou o sucesso do maior das Antilhas na prevenção a doença na Atenção Primária à Saúde.
O sistema Médico de Família, que fica na comunidade, que realiza o diagnóstico precoce, garante o tratamento e a terapia familiar, permitiu à Ilha ter o menor índice de mortalidade por diabetes da América Latina e do Caribe, afirmou. o especialista.
Cuba, frisou o médico, é o país da América Latina com mais especialistas em endocrinologia, uma das maiores conquistas em questões de diabetes, junto com a descoberta do Heberprot-P, um medicamento único que conseguiu reduzir em mais de 70% o risco de amputações.
O BLOQUEIO, ALIADA DA DOENÇA
Segundo o relatório que Cuba apresenta anualmente à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde condena os efeitos do bloqueio econômico ilegalmente imposto pelo governo dos Estados Unidos, a ilha gasta em um dia 23.959 dólares na compra de insulina para o tratamento de 194.371 pacientes, o que equivale ao tratamento por cinco anos desse total de pacientes em apenas 24 horas sem o bloqueio norte-americano.
Impede também a aquisição de medicamentos de última geração para o tratamento da diabetes tipo II, e os cálculos indicam que 12 horas de bloqueio equivale à insulina de um ano de todos os pacientes que usam este medicamento em Cuba.
Apesar do aumento das restrições, do recrudescimento e da perseguição constante, nosso país foi reconhecido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como a primeira nação da América Latina e Caribe a controlar o diabetes.