Retirado da parede de Siempre Con Cuba.
Havana, 17 de dezembro Em um dia como hoje, em 1975, Cuba celebrou seu maior evento partidário e, 39 anos depois, iniciou uma nova trajetória com os Estados Unidos, marcos na história nacional tendo o 17 de dezembro como denominador comum.

Exclusivamente com a Prensa Latina, o coronel (aposentado) Gerardo Chong lembrou a manhã em que foi inaugurado o Primeiro Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), no Teatro Karl Marx da capital.
“Para um militante não havia honra maior do que estar entre os mais de 3.000 delegados, era um clima festivo e tenso, estávamos todos em suspense, com grande expectativa e grande fervor revolucionário”, comentou.
Chong destacou que o contexto histórico de 1975 influenciou essa atitude porque Cuba foi constantemente assediada pelos Estados Unidos e, além disso, o país havia iniciado nesse mesmo ano o seu apoio ao Movimento Popular de Libertação de Angola.
“Foi um divisor de águas em termos de institucionalização da Revolução que mal completou 16 anos, também definiu as linhas programáticas do Partido e levou a uma análise profunda das conquistas e erros”, frisou.
O então primeiro secretário do PCC, Fidel Castro, leu o relatório central e destacou, entre outros assuntos, o importante papel da política externa cubana, bem como a necessidade de união entre as forças progressistas do mundo.

Além disso, explicou a importância no ordenamento político, institucional e jurídico da próxima Constituição da República (aprovada posteriormente em 1976), como base para um exercício superior da legalidade socialista.
“Foi um dos momentos mais marcantes e emocionantes da minha vida”, Chong descreveu o Congresso de seis dias no qual participaram 86 delegações estrangeiras e que culminou em um grande evento na Plaza de la Revolución.
O dia 17 de dezembro de 2014 também foi um divisor de águas para a história nacional, desta vez em relação às relações com os Estados Unidos, segundo fontes oficiais, imprensa local e especialistas.
Naquele dia, o então presidente, Raúl Castro, anunciou a volta dos heróis cubanos presos no território norte, bem como o início de uma série de etapas que permitiriam a abertura de embaixadas e o estabelecimento de laços bilaterais.
Por sua vez, o presidente Barack Obama (2008-2016) reconheceu o fracasso da política de Washington de mais de meio século contra Havana e tomou medidas executivas para amenizar o bloqueio à ilha, que por lei só pode ser revogado pelo Congresso. .

Isso foi esclarecido à Prensa Latina por Seida Barrera, especialista do Centro de Estudos Hemisféricos sobre os Estados Unidos da Universidade de Havana, que também destacou como Donald Trump rechaçou tudo o que fez seu antecessor também por meio de ações executivas.
“Os milhões de cubanos afetados na ilha e fora dela pouco importam, nem os cidadãos norte-americanos, podemos ver que há uma relação entre as eleições e o aumento das medidas coercitivas de Trump contra Cuba”, explicou.
Na verdade, apenas entre março de 2019 e abril de 2020, a perseguição ao presidente republicano causou prejuízos de mais de cinco bilhões de dólares à nação caribenha, cifra alcançada pela primeira vez em seis décadas de bloqueio. (PL)