
Retirado da parede de um amigo.
A cultura queria consultar, havia bilongo no ambiente e as coisas pareciam uma maldição. Precisava que lhe atirassem os caracóis, sentir os segmentos de saraguey nas costas multicoloridas e se deixar sufocar pela fumaça de um bom fumo crioulo.
Foi assim que a cultura chegou à casa de Cachito Palo Monte, o filho mais novo de Libório, um curandeiro com raízes profundas e muita fé na sua bandeira. Assim que a viu chegar, tirou o charuto dos lábios e depois de arrotar um pergaminho azul que subia como um balão, olhou nos olhos dela e estalou: Eles querem te foder.
Por isso venho, disse a senhora, sinto muita gente querendo me colocar no caldo dos outros e isso não vai comigo. O feiticeiro tropical ficou como em outro mundo, jogou na mesa de madeira enegrecida um trio de caramujos e condenou: ¨fique longe dos reggaetons de mau gosto, das bandeiras ianques, de quem quer usar você em troca de dinheiro e dinheiro. Aqueles que dizem que te conhecem e nunca te visitaram ¨, isso está claro mija?
Nem a água está mais clara, ela respondeu e perguntou: “Não vai me dar alguns abrigos? Cascarillas? Alguma coisa?” O outro ficou pensativo, girou o fumo como um cilindro entre os dedos e respondeu: Reza três orações a Martí, faz dois pedidos a Carpentier, coloca borboletas brancas em Guillén e Benny e mata Eusebio Leal uma galinha crioula .
A Virgem Maria! ela disse e saiu com seu turbante azul e o cheiro de café acabado de fazer, enquanto cantarolava a Guantanamera.
MIGUEL CRUZ.