
Os manifestantes atearam fogo ao lixo nas ruas adjacentes à Place de la Concorde.
Mais de 200 pessoas foram detidas esta quinta-feira, 16 de março, em Paris, no final de uma manifestação espontânea contra a impopular reforma das pensões do governo Emmanuel Macron, aprovada poucas horas antes por decreto e sem votação na Assembleia Nacional.
Milhares de pessoas se reuniram na simbólica parisiense Place de la Concorde com o slogan de “bloquear o país” e o objetivo de derrubar o atual Executivo. No final desta manifestação, alguns dos seus membros queimaram contentores, destruíram viaturas e montaram barricadas.
Segundo a prefeitura de polícia de Paris, 217 pessoas foram detidas na Place de la Concorde, informou o diário francês Le Monde, que também relata distúrbios semelhantes em Lyon, Rennes, Nantes e Marselha.
Em Rennes, o prefeito da cidade denunciou “violência espantosa” por parte dos manifestantes.
Assim estão as ruas de Paris depois que Macron aprovou a mudança na idade de aposentadoria.

Na cidade portuária de Marselha, no sul, vitrines e fachadas de bancos foram destruídas, segundo a mídia francesa.
As forças de segurança tiveram que intervir para desalojar La Concordia, mas as tensões se espalharam para outras áreas próximas, como a Champs-Élysées.
Os policiais usaram canhões de água após uma tentativa de danificar as obras do antigo obelisco egípcio localizado no centro da praça, segundo a polícia. A ação causou marés humanas significativas, verificaram os jornalistas da AFP.
Os bombeiros intervieram para extinguir vários incêndios na área do Obelisco, principalmente tábuas e uma escavadeira. Também houve “vários incêndios” nas ruas circundantes, com latas de lixo e mobiliário urbano incendiados, disse a prefeitura de polícia, informou o Le Monde.
Desde o meio da tarde, milhares de pessoas se reuniram na praça depois que o governo adotou uma reforma impopular, que adia a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, sem submetê-la à votação dos deputados.
A polícia investiu e lançou gás lacrimogêneo para afastar os manifestantes da ponte que liga a Plaza de la Concordia à Assembleia Nacional (câmara baixa).
Várias cidades da França registraram manifestações espontâneas contra a reforma promovida pelo presidente liberal Emmanuel Macron.
Se a tensão na rua é palpável, também o é no Parlamento.
Tanto a extrema direita de Marine Le Pen quanto a esquerda anunciaram que em breve apresentarão suas respectivas moções de censura para tentar derrubar o governo da primeira-ministra Elisabeth Borne por ter aprovado a reforma da Previdência em via rápida.

(Con información de DW)