
La Paz, 13 de março (Prensa Latina) Representantes de movimentos sociais bolivianos apoiam hoje no Twitter a rejeição pública do ministro de Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina, às declarações intervencionistas da chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Laura Richardson.
“Não admitimos nenhuma interferência, de nenhum estado do mundo. A Bolívia tem uma definição em termos de industrialização de recursos naturais, algo que começamos a fazer desde 2006″, disse Molina em entrevista ao canal estatal Bolivia TV.
Referindo-se às afirmações do quatro estrelas General Richardson aos congressistas americanos de que “ignoramos nosso quintal”, Molina foi direto.
“Aqui não há consultas ao FMI (Fundo Monetário Internacional), nem ao Banco Mundial, nem a nenhum país do norte para desenvolver o nosso próprio destino. Por isso, como país soberano, decidimos e somos soberanos escolher e trabalhar com aquele que traga as melhores condições ao país”, reafirmou.
Ele considerou que as afirmações da hierarquia militar mostram pouca capacidade de análise e, ao mesmo tempo, pouco respeito pelos países do triângulo do lítio (Argentina, Bolívia e Chile).
O ministro acrescentou que essas expressões denotam não só desespero, mas também falta de visão global do que está acontecendo no mundo.
Na quarta-feira passada, Richardson disse que a China “expande sua influência” na América Latina e no Caribe e “manipula” seus governos por meio de “práticas predatórias de investimento”.
Acrescentou que “esta região está repleta de recursos (naturais) e estou preocupado com a atividade maligna dos nossos adversários, que dela se aproveitam, fingindo que estão a investir, quando na verdade (estão) a extrair”.
La representante en la región del alto mando del Pentágono resaltó que el llamado triángulo acumula el 60 por ciento del litio del mundo y negocia con China, Rusia e Irán, naciones a las que calificó de adversarios que “están sustrayendo recursos de estos países y de seu povo.”
Os internautas do Comitê para a Promoção da Justiça na Bolívia elogiaram as críticas diretas expressas em três tweets do ex-presidente Evo Morales a esses pontos de vista intervencionistas. “A América Latina não é uma colônia dos Estados Unidos”, escreveu o ex-presidente e líder do Movimento pelo Socialismo – Instrumento Político para a Soberania dos Povos.
Morales repudiou as ameaças do general “que repete o interesse predatório de seu país no triângulo do lítio na Bolívia, Argentina e Chile, na água e oxigênio da Amazônia e no ouro da Venezuela”.
Observando que a China é um aliado estratégico que oferece cooperação sem condições, Morales destacou que “a América Latina livre nunca mais será o quintal do intervencionismo”.
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