Brasil suspende Wallace de Souza da seleção nacional de vôlei por incitar a atirar em Lula

O jogador de vôlei Wallace de Souza não poderá jogar pela Seleção Brasileira por um ano. Foto: EFE

O jogador de vôlei Wallace de Souza não poderá jogar pela seleção brasileira por um ano por ter perguntado a seus seguidores nas redes sociais se eles dariam um tiro no rosto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme decisão do Comitê Olímpico Brasileiro nesta segunda-feira. (COB).

O comitê de ética do COB também suspendeu Wallace de todas as atividades esportivas por 90 dias, considerando que suas declarações “promovem e incitam a violência”.

A sanção começa a ser aplicada a partir de 3 de fevereiro, data em que foi suspenso provisoriamente, pelo que Wallace poderá voltar a jogar voleibol em maio e poderá regressar à seleção a partir de fevereiro de 2024.

Wallace, medalhista de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016, também foi suspenso por tempo indeterminado por seu clube, o Cruzeiro, que exigiu que ele se desculpasse.

A polêmica estourou quando, no final de janeiro, Wallace, conhecido apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira, publicou em sua conta no Instagram a foto de uma arma de fogo. Então, um de seus 370 mil seguidores perguntou se ele usaria a arma para atirar no rosto do presidente Lula e ele respondeu fazendo uma pesquisa na qual respondeu a essa pergunta.

Wallace deletou a polêmica pesquisa horas depois de publicá-la, mas o governo brasileiro e outras autoridades anunciaram medidas judiciais.

O fato ocorreu três semanas após os graves ataques perpetrados por milhares de radicais de extrema-direita contra os gabinetes da Presidência, do Parlamento e do Supremo Tribunal Federal, na tentativa de derrubar Lula, que derrotou Bolsonaro nas urnas em outubro passado.

(Informações da EFE)

Bolsonaro é responsável por 52% das mortes maternas no Brasil, segundo pesquisa

Foto: UNFRA Brasil.

Embora as causas clássicas de morte materna continuem ocorrendo no Brasil, o país ainda investiga as vítimas fatais da Covid em 2021, ano em que apenas a doença foi responsável por 52% das mortes de gestantes e puérperas (1.524 de um total de 2941).

Uma revisão recente de estudos publicados na revista BMJ Global Health mostra que mulheres grávidas com Covid têm oito vezes mais risco de morte em comparação com mulheres grávidas não infectadas. Os recém-nascidos também têm maior chance de complicações nos casos em que a mãe contrai o Sars-CoV-2. Já uma análise publicada no The Lancet Regional Health Americas, em 2022, identificou pelo menos três problemas que as grávidas e puérperas brasileiras enfrentaram durante a pandemia.

A primeira foi a dificuldade de acesso aos exames diagnósticos. A segunda era encontrar vagas em hospitais. Houve um atraso médio de sete dias entre o início dos sintomas e a hospitalização. Os familiares entrevistados para o estudo garantiram que as gestantes foram várias vezes ao mesmo hospital ou até cinco instituições diferentes antes de serem internadas. A terceira barreira foi o acesso a cuidados intensivos adequados após a internação.

Entre 2020 e 2021, 1 em cada 5 gestantes falecidas não teve acesso à UTI, e 1 em cada 3 que estiveram na UTI não foram intubadas, segundo dados da OOBr. Para a obstetra Rossana Pulcineli Francisco, professora da Universidade de São Paulo e coordenadora do Observatório Obstétrico Brasileiro, esse fator, associado à falta de profissionais capacitados para o atendimento, foi o principal contribuinte para a alta taxa de mortalidade.

“Se um intensivista tratar uma gestante da mesma forma que as outras pessoas, os resultados não serão bons. Para todos os parâmetros [oxigenação, por exemplo], você tem que pensar na mãe e no bebê, nos intensivistas e nos obstetras precisam trabalhar juntos”. Do ponto de vista fisiológico, durante a gravidez a mulher passa por muitas mudanças que podem causar uma reação inflamatória maior à Covid. Por isso, logo no início da pandemia, o US CDC alertou para o grave risco da infecção para as gestantes, com orientações sobre os devidos cuidados.

O Ministério da Saúde brasileiro também publicou uma cartilha sobre o assunto, mas sem uma rede que pudesse acompanhar de perto essas mulheres na atenção básica e encaminhá-las para hospitais com leitos de UTI e profissionais capacitados para atendê-las, o documento de pouco serviu. As regiões historicamente vulneráveis ​​foram as que mais sofreram. “Já prevíamos uma tragédia porque não víamos uma rede materno-infantil, um sistema de saúde adequado para atender essas mulheres no pré-natal e no parto. Sem uma política que garantisse o acesso, elas perambulavam pelas maternidades”, afirma a enfermeira Brena Gama , pesquisador do Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA).

Para a Dra. Fátima Marinho, pesquisadora principal da Vital Strategies, o alto número de mortes maternas é reflexo da negação da pandemia e dos direitos sexuais e reprodutivos no governo Jair Bolsonaro. “A falta de coordenação nacional com os estados e municípios deixou cada um agindo por conta própria. Não houve um trabalho conjunto para proteger as gestantes e puérperas, apesar de já haver um alerta de que elas representavam um grupo de maior risco” .

Em 2020, apenas 55% dos hospitais que praticavam aborto legal ainda atendiam mulheres, segundo o Mapa do Aborto Legal. O aborto inseguro é a quarta principal causa de morte materna. Em relação à vacinação contra a Covid-19 em gestantes e puérperas, o Ministério da Saúde chegou a condicionar a imunização à apresentação de receita médica, gerando uma baixa participação desse grupo. Segundo análise da OOBr, gestantes e puérperas internadas com Covid-19 previamente vacinadas apresentaram menor risco de necessitar de UTI (23,5% vs. 37,4%), intubação (4,8% vs. 18,8%) e morte (3% vs. 14,1%) em relação aos não imunizados.

Nésio Fernandes, atual secretário de Atenção Básica do Ministério da Saúde, diz que a abordagem negacionista que o governo Bolsonaro tem dado à pandemia tem feito com que a comunicação de risco durante a gravidez e o puerpério tenha sido subestimada. De acordo com o secretário, o ministério vai reativar os comitês de mortalidade materno-infantil nos estados e criar uma rede de vigilância e acompanhamento para atendimento a gestantes e puérperas, principalmente em regiões com déficit de saúde.

O ex-secretário de Atenção Básica do governo Bolsonaro, Raphael Câmara, disse que seu governo “foi o que mais fez na história no atendimento a gestantes e bebês”. “Dobramos o financiamento, passando de R$ 900 milhões para R$ 1,8 bilhão”, garantiu. Câmara disse ainda que sua gestão “financiou maternidades”, criou um “livro para tratamento da Covid em gestantes” e lançou “portarias de mais de R$ 1 bilhão para atendimento a gestantes”.

(Extraído da Folha de São Paulo)

Ainda impune no Brasil assassinato da vereadora Marielle Franco

Brasília (Prensa Latina) A vereadora brasileira negra Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018 no Rio de Janeiro e, com a aproximação dos cinco anos do crime, ainda não foram identificados os mandantes e as motivações.

Por Osvaldo Cardosa

Correspondente no Brasil

O ex-sargento da Polícia Militar (PM) do Rio Ronnie Lessa é acusado de duplo homicídio.

Lessa foi preso em sua casa em março de 2019. Ele cumpre prisão preventiva com outro réu pelo ato de sangue, também o ex-agente militar Élcio Queiroz. Ambos respondem por um motivo tosco, uma emboscada e um recurso que dificultou a defesa da vítima e uma tentativa de ataque a um assessor de Franco, que sobreviveu.

Recentemente, a PM carioca expulsou Lessa das fileiras e justificou a demissão por conduta classificada como execrável. Foi afastado no âmbito de um processo disciplinar aberto de dois anos e sete meses após a sua detenção por participação no crime contra o vereador.

Em texto padrão, utilizado pela PM em casos de expulsão de seus quadros, um vereador alegou que “as referidas condutas caracterizam reprovação ao serviço policial militar e aos companheiros de farda, maculando irremediavelmente a imagem e a ética da corporação”.

Ainda nas investigações, o Ministério Público do Rio constatou que Lessa possuía patrimônio incompatível com a renda de sargento da PM e levava uma vida luxuosa, com diversos imóveis e barcos.

Parlamentares, amigos do vereador, afirmaram que a decisão da PM foi tardia e não há motivos para comemorar, já que a corporação esperou quatro anos para tomar uma atitude em relação ao ex-policial.

Se Lessa matou, quem pagou? Quem mandou matar a Marielle?», afirmou a vereadora socialista Mónica Cunha.

Além do processo relacionado ao homicídio, Lessa já teve prisão preventiva decretada por lavagem de dinheiro e foi condenado em processos por tráfico internacional de armas e ocultação de artefatos de guerra utilizados no assassinato de Franco e Anderson Gomes.

PROMESSA

«Para ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os assassinatos de Marielle e Anderson (Gomes), determinei a instauração de inquérito na Polícia Federal (PF). Estamos fazendo todo o possível para ajudar a esclarecer esses crimes”, escreveu o ministro da Justiça, Flavio Dino, no Twitter, em 22 de fevereiro.

Em janeiro, ao assumir o cargo, Dino prometeu aos familiares do defensor de direitos humanos que “é uma questão de honra para o Estado brasileiro empreender todos os esforços possíveis e razoáveis, e o fará, para que este crime seja definitivamente revelado”. .

A PF pela primeira vez investiga o caso como processo administrativo interno e não há prazo para concluí-lo. Por se tratar de um processo sigiloso, a pasta da Justiça esclareceu que não dará detalhes até a conclusão do caso.

Na prática, o processo segue sob responsabilidade do Ministério Público, mas a PF vai apurar a parte que lhe compete, em mutirão com o Ministério Público do Rio, e vai auxiliar na parte de inteligência. Franco, de 38 anos e do Partido Socialismo e Liberdade, e seu motorista Gomes foram mortos em uma área central do Rio na noite daquele dia fatídico. Treze disparos de uma submetralhadora HK MP5 de alta precisão, usada apenas por policiais de elite, atingiram o veículo em que viajavam.

Segundo o jornal Globo, ela foi a quinta vereadora mais votada da cidade em 2016, com mais de 46 mil votos em sua primeira eleição, e considerada uma das maiores vozes da renovação política carioca.

ESTÁTUA E HOMENAGEM

Uma estátua de bronze foi inaugurada no dia 27 de julho no Centro do Rio, em homenagem à vereadora.

Cinzelada pelo artista plástico Edgar Duvidier, a representação em tamanho natural (1,75 metros) foi inaugurada no Buraco do Lume, no Rio de Janeiro, local onde a vereadora ia todas as sextas-feiras para trocar opiniões com seus eleitores.

«É um dia histórico, é um dia de memória, um dia para ressignificar a nossa dor, a nossa luta. Está aí há cinco anos incansáveis ​​pedindo justiça, lembrando que as pessoas ainda não sabem quem mandou matar Marielle”, disse a irmã dela, Anielle Franco, atual ministra da Igualdade Racial, na ocasião.

Então, apontou, “ter aquela estátua, dar um novo significado àquele lugar, onde ela falava muitas vezes… muita gente que votou nela conheceu ela aqui, naquele lugar. Então, para mim, hoje, além da emoção do aniversário dela, fica a importância de saber que minha irmã está aqui, um pouco mais com a gente”, frisou.

As atividades de homenagem a Franco e Gomes acontecerão todas as semanas de março.

O Instituto Marielle Franco, criado e dirigido pela família do falecido político, aceita, em seu site, inscrições de organizações não governamentais que queiram organizar ações em homenagem.

A motivação do assassinato ainda não está clara, mas segundo relatos, Franco foi assassinado por seu ativismo pelos direitos humanos. Segundo autoridades próximas à investigação, os motivos que levaram aos atentados mortais estariam ligados às causas que o ativista defendia.

O caso repercutiu internacionalmente e transformou a socióloga e feminista em símbolo político na luta pelos direitos humanos e pela maior participação de mulheres negras nos espaços de poder no Brasil.

Até o momento não há clareza sobre quem foi intelectualmente responsável pela transgressão fatal. As famílias de Franco e Gomes afirmam ter perdido as esperanças na solução do crime.

Ao longo deste período, a investigação aponta para a participação de milicianos das forças de segurança.

A morte de um representante eleito pelo povo foi entendida por setores da sociedade como um atentado à democracia. Após cinco anos, a pergunta: “Quem mandou matar Marielle Franco?” Ainda sem resposta.

arb/ocs

Bolsonaro usou seu corpo diplomático para se distanciar do caso Marielle Franco

Ativista e política brasileira Marielle Franco, assassinada em 14 de março. Foto: Telam.

Durante seu governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse ao seu complexo diplomático e às embaixadas brasileiras na Europa para pressionar a mídia estrangeira – especialmente o La República de Italia – por dar demasiada importância ao assassinato da vereadora socialista Marielle Franco no Rio de Janeiro. março de 2018, que o deixou sob um manto de suspeita.

A diretriz recebida pelo corpo diplomático brasileiro visava o benefício particular do partido do presidente Bolsonaro. Paralelamente, reclamou à mídia estrangeira -antes da cobertura de Franco- que não deram a devida importância à facada que recebeu durante a campanha eleitoral, ataque que por sinal é suspeito de ser falso: Lula da Silva ele mesmo, sempre cauteloso em suas denúncias, expressou suas reservas.

Os políticos também levaram reclamações sobre Franco às embaixadas brasileiras na Europa. A embaixada brasileira na França, em particular, reclamou fortemente desse “tratamento diferenciado” dado aos dois casos, tentando colocar Franco e Bolsonaro no mesmo patamar, como vítimas equivalentes.

Esses dados fazem parte dos telegramas diplomáticos que foram colocados em sigilo centenário pelo governo Bolsonaro e que foram revelados pelas redes SBT e CNN Brasil, que os obtiveram a partir de decisão judicial baseada na lei de acesso ao público informações e autorização do governo do presidente Lula da Silva.

Segundo a Justiça, Marielle Franco foi assassinada no dia 14 de março de 2018 por dois ex-policiais de quadrilhas parapoliciais, agora detidos, que saíram para cometer o assassinato do mesmo bairro fechado da Barra da Tijuca onde Bolsonaro, que era candidato à presidência , tem sua residência.

Na época do assassinato, a segurança do Rio de Janeiro estava a cargo do general Walter Braga Netto, que era vice-candidato de Bolsonaro em 2022. Até o momento não se sabe quem ordenou o assassinato de Marielle Franco.

O sistema diplomático do Palácio do Itamaraty registrou um telegrama do embaixador do Brasil na França, Luis Fernando Serra, declarando “indignação” com os partidos políticos franceses que foram à sede diplomática questionar sobre o andamento da causa franquista. O embaixador escreveu na época ao Itamaraty em Brasília: “Ressaltei nas cartas (a políticos franceses) minha profunda indignação com o tratamento díspar em relação aos crimes”, tentando mostrar que Bolsonaro havia sido tanto vítima quanto Franco por ter recebido uma faca, ou como se uma coisa compensasse a outra.

As embaixadas brasileiras na Suíça, Itália e Alemanha também responderam à mídia e aos líderes políticos sobre o caso Franco. O assassinato do ativista foi um dos crimes políticos mais importantes da história do Brasil: marcou o prelúdio da ascensão da ultradireita ao poder, coincidindo com a prisão e expulsão de Lula em 2018, condenado pelo então juiz Sergio Moro, depois ministro de Bolsonaro.

A CNN Brasil informou que teve acesso a 700 páginas de telegramas desde 2018, quando governou Michel Temer, que indicavam o impacto negativo do crime de Franco e seu motorista, Anderson Gomes, na opinião pública internacional e na imagem do Brasil.

Como vai o caso?

O ministro da Justiça brasileiro, Flavio Dino, prometeu ir a fundo para esclarecer o assassinato do ativista brasileiro. “É uma questão de honra para o Estado brasileiro envidar todos os esforços para que saibamos quem matou e mandou matar Marielle Franco no Rio de Janeiro”, disse Dino.

Em 6 de abril, a justiça brasileira rejeitou um pedido da defesa de dois ex-policiais presos pelo homicídio para que fossem libertados pelo tempo que já estavam presos. A 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve as prisões preventivas do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e do ex-policial militar Élcio Queiroz.

Enquanto era vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, uma afrodescendente nascida em uma favela, era uma delatora regular dos grupos parapoliciais ou “milícias” que atuam nessas comunidades humildes. Ela foi assassinada em uma emboscada no centro do Rio de Janeiro por Lessa e Queiroz, ambos ligados a essas milícias, em um caso que tinha ligação com o presidente Jair Bolsonaro. Logo após tomar posse como presidente, Lula nomeou Anielle Franco, irmã de Marielle, como Ministra da Igualdade Racial.

cem anos de segredos

O governo de Lula determinou a cessação dos segredos por cem anos ditados por Bolsonaro. Como resultado dessa decisão, o governo brasileiro afirmou que há histórico de vacinação contra a covid-19 do ex-presidente Bolsonaro na administração pública, que durante a pandemia havia dito que não iria se imunizar e fez campanha contra sua eficácia.

O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, esclareceu que está sendo apurada a veracidade dos documentos que estão nos arquivos da entidade. Bolsonaro manteve sua caderneta de vacinação em segredo por cem anos e se posicionou contra a obrigatoriedade da vacina: tinha orgulho de dizer que seria o último a recebê-la.

O registro da CGU indica que Bolsonaro teria recebido a dose única do laboratório Janssen no dia 19 de julho de 2021, em um pronto-socorro em Perus, na zona norte de São Paulo. Na véspera, Bolsonaro havia recebido alta após passar quatro dias internado por obstrução gástrica em um hospital particular de São Paulo.

(Retirado da página 12)

Senador garante que Bolsonaro o convocou para golpe contra Lula

Foto: Senado de Brasil.

O senador Marcos do Val, do conservador Podemos, garantiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou convencê-lo a dar um golpe contra Lula, valendo-se de sua experiência militar, durante reunião com o ex-deputado Daniel Silveira, agora parado.

“Fiquei com raiva quando me chamaram de Bolsonaro. Você esperava que eu jogasse uma bomba. Na sexta-feira a tentativa de Bolsonaro de me convencer a dar um golpe com ele vai sair na ‘Veja’ (revista brasileira), “ele revelou à noite esta Quarta-feira ao vivo através de suas redes sociais.

Depois de denunciar as supostas aspirações golpistas de Bolsonaro, Do Val usou seu perfil no Instagram para anunciar que após quatro anos como senador pelo estado do Espírito Santo, ele estava definitivamente deixando a política e voltaria para os Estados Unidos com sua família para continuar sua corrida.

No entanto, ele recuou e confirmou que continuará ocupando sua cadeira no Senado. Horas antes, ele havia afirmado que as ofensas que havia recebido pesavam muito sobre sua família e que seu tempo e sua saúde não davam mais do que eles.

Por sua vez, o primogênito do ex-presidente brasileiro, o também senador Flávio Bolsonaro, confirmou a existência daquela reunião ocorrida em dezembro, mas descartou que o que nela foi discutido constituísse crime.

“Na nossa legislação, pelo menos, isso não é crime. Mesmo que seja verdade, porque não sei se é, falar sobre isso não é crime. Praticá-lo seria. Um crime, a meu ver de vista, menor”, avaliou.

Flávio Bolsonaro, no entanto, criticou que Do Val tenha usado aquele clima de “liberdade” e “confiança” que existia naquela reunião para gravar e “prejudicar” Silveira. “Isso não está em nossos princípios e não concordo com isso de forma alguma”, protestou.

Ao mesmo tempo, criticou o facto de Do Val estar a mudar de versão “de uma hora para a outra” e pediu-lhe que analise toda a situação “com calma”. Mesmo assim, ele disse que o senador do Podemos o avisou que aquela ideia era “coisa” de Silveira e que Bolsonaro não queria “não ter nada a ver com isso”.

Já o desembargador Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o interrogatório, após a Polícia Federal apresentar pedido após Do Val divulgar “informações relevantes” nas redes sociais para a investigação aberta pelos atentados golpistas de 8 de janeiro. A nomeação está marcada para esta quinta-feira.

A ameaça de renúncia de Do Val ocorreu poucas horas após a posse de deputados e senadores das duas casas do Congresso brasileiro. Na Câmara dos Deputados, Arthur Lira foi reeleito presidente, não só confirmando as expectativas, mas também obtendo uma votação recorde, com mais de 92% dos votos após o acordo de quinze bancadas.

No Senado, a votação foi um pouco mais apertada, mas finalmente Rodrigo Pacheco revalidou seu mandato, e venceu Bolsonaro, Rogério Marinho, em parte graças à pressão do Partido dos Trabalhadores (PT) de Luiz Inácio Lula da Silva, que assim impôs no primeiro embate do legislativo.

(Com informações da Europa Press)

Brasil vai investigar possível genocídio indígena por funcionários de Bolsonaro

Indígenas protestam contra o governo brasileiro e exigem respeito aos seus direitos humanos, Brasília, 9 de abril de 2022. Antonio Molina/Fotoarena/Sipa USA / Legion-Media

A Suprema Corte do Brasil suspeita que ex-funcionários do governo também cometeram crimes ambientais contra comunidades indígenas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, deu ordem nesta segunda-feira para investigar o possível envolvimento de funcionários do governo de Jair Bolsonaro em crimes de genocídio e crimes ambientais relacionados à vida, saúde e segurança de comunidades indígenas, como bem como possível desobediência e violação de sigilo sumário.

Os responsáveis ​​pelas investigações cabíveis serão o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, o Ministério Público Militar, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a superintendência regional da Polícia Federal em Roraima.

Os documentos que serão encaminhados às referidas entidades no âmbito da investigação “sugerem um quadro de absoluta insegurança dos indígenas envolvidos”, além das ações ou omissões ilegais das autoridades federais brasileiras que agravaram a situação.

Como alguns exemplos, Barroso citou a publicação no Diário Oficial, pelo então ministro da Justiça Anderson Torres, da data e local de uma operação secreta de intervenção em terras indígenas, além dos indícios de alteração do planejamento em pleno funcionamento em curso no município de Jacareacanga contra pessoas que extraíam ouro ilegalmente. Isso resultou em um alerta aos garimpeiros ilegais, o que comprometeu a eficácia da medida realizada pela Força Aérea Brasileira.

O ministro do Supremo Tribunal Federal também reiterou a ordem de retirada de todos os garimpos ilegais das terras indígenas Yanomami, Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Kayapó, Arariboia, Mundurucu e Trincheira Bacajá, priorizando as áreas onde a situação é mais grave.

Somente nos Yanomami foi registrada uma grave crise humanitária para os indígenas, que sofriam de desnutrição, infecções por malária e registravam alto índice de mortalidade. Além disso, o mercúrio usado no garimpo ilegal contaminou fortemente os rios da região.

RT

O assalto de Bolsonaro no Brasil ou como a extrema direita viaja pela América Latina e pelo mundo

A tomada das sedes dos três poderes públicos brasileiros por manifestantes de Bolsonaro, assim como a comparação automática com os acontecimentos do Congresso dos EUA há dois anos, sugere que os grupos de extrema direita estão ousando cada vez mais. Não podemos mais pensar que são eventos isolados.

Setores conservadores que saíram da cabala democrática e institucional decidiram recorrer à mobilização insurrecional para provocar saídas de força que ignoram a legalidade e buscam retornar a períodos históricos de ditaduras militares.

O aspecto mais crítico da situação é que os discursos da direita radical têm se saído relativamente bem na esfera eleitoral. Milhões de eleitores estão se juntando a esses setores que, apenas avançando um pouco mais, poderiam voltar a vencer em 2026, no caso brasileiro, assim como em 2024, nos Estados Unidos, caso um hipotético triunfo do ex-presidente e candidato Donald Trump

Não podemos esquecer que o bolsonarismo vem conquistando, em outubro, um poder assombroso no Congresso e em vários estados do país. Além disso, nas eleições presidenciais obteve 49% dos votos. Tudo isso apesar de o eleitor ter conhecido em primeira mão, nos últimos quatro anos, as inquietantes orientações do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o coronavírus (que deixou mais de seiscentas mil mortes no país) e outros aspectos da vida social.

"As posições supremacistas que podemos observar nos militantes do bolsonarismo, assim como do trumpismo, pré-existem aos acontecimentos escandalosos que eles produziram. Mas as redes e a mídia conseguiram ampliar e mobilizar essas subjetividades."

Por isso, é fundamental saber o que pensam esses grandes grupos sociais que têm votado na ultradireita (quase metade do país) sobre as ações exageradas desses setores: há uma rejeição real das maiorias ou poderia haver simpatia dissimulada em relação a esses fatos?

O espanto com que muitos direitistas ao redor do mundo reagiram aos últimos acontecimentos em Brasília poderia ser uma “saudação à bandeira” protocolar, como quem oferece condolências sem muito sentimento.

Enquanto isso, dentro das sociedades, o germe do conservadorismo foi se espalhando graças à disponibilidade da mídia e ao impulso dos algoritmos das redes sociais mais conhecidas.

As posições supremacistas que podemos observar nos militantes do bolsonarismo, assim como do trumpismo, pré-existem aos acontecimentos escandalosos que eles produziram. Mas as redes e a mídia conseguiram ampliar e mobilizar essas subjetividades, afetando os pontos nevrálgicos da política e da sociedade.

Forças armadas e policiais: instituições de extrema-direita?

Especialmente preocupante é a influência da ultradireita nas forças militares e policiais.

Acabamos de vê-lo na forma como os manifestantes tomaram, praticamente sem impedimentos, todos os poderes públicos em poucos minutos. Já o debate, e a permissividade anterior ao evento, sobre o caráter “democrático” e “pacífico” dos acampamentos de Bolsonaro, obviamente mostrava que o que ali acontecia era legitimado entre militares e policiais.

O mais impressionante foi a forma “aveludada” com que os manifestantes foram despejados.

Que um evento desta natureza, na América Latina, tenha ocorrido sem uma única morte só pode ser explicado de duas maneiras: ou as forças de ordem no Brasil são entidades com o maior respeito pelos direitos humanos, ou melhor, houve uma coordenação prévia que permitiu avanço e retirada consensual daqueles que vandalizaram o Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

Não é um problema que ocorre apenas no Brasil.

Parece que os avanços democráticos da sociedade latino-americana, desde a superação das ditaduras e o advento dos ciclos progressistas, não fizeram diferença para transformar a visão direitista que se impõe em quase todas as forças armadas e policiais.

Basta comparar a expulsão dos bolsonaristas dos prédios públicos mais importantes do Brasil com a repressão no Peru, onde ocorreram mais de 40 mortes em menos de um mês, apesar de os manifestantes, que protestam contra a governo de facto de Dina Boluarte, não chegam nem perto do palácio presidencial. Qual seria a reação das forças armadas peruanas se os manifestantes populares tomassem uma instituição pública?

“As Forças Armadas tornaram-se atores num “estado refrigerado” mas sempre preparados para sair do “frigorífico” e perpetuar situações de radicalização do conservadorismo, ignorando os parâmetros da democracia e levando a cabo processos repressivos que a esquerda nunca lhe permitiria. “

Recordemos o que aconteceu no golpe na Bolívia em 2019, quando as violentas forças de direita tomaram o palácio presidencial, lincharam prefeitos e queimaram as casas de dirigentes e ministros, sem a menor contenção policial ou militar. Porém, uma vez consumado o golpe, reprimiram duramente os protestos contra o governo interino de Jeanine Añez e muitas mortes.

Vimos coisas semelhantes nos golpes contra o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo em 2012 e contra Manuel Zelaya em 2009, nos quais corporações militares alavancaram a derrubada de governos democráticos.

Nas décadas de 1960 e 1970, as Forças Armadas foram protagonistas de ditaduras. Agora tornaram-se atores num “estado refrigerado” mas sempre preparados para sair do “frigorífico” e perpetuar situações de radicalização do conservadorismo, ignorando os parâmetros da democracia e realizando sistematicamente processos repressivos que a esquerda jamais permitiria.

Se a noção de democracia enfraquecer, as Forças Armadas nacionais parecem estar aí para voltar às situações de fato, embora ainda não se saiba se repetirão as repressões massivas que levaram a dezenas de milhares de desaparecimentos em vários países da região.

O fantasma que anda pelo mundo

Mas a questão não é só na América Latina.

Em dezembro, na própria Alemanha, uma rede de extrema-direita que as autoridades dizem estar planejando um golpe, especificamente um ataque armado ao Parlamento federal, foi desmantelada. Em 2020, já havia sido dissolvida uma unidade de elite do Exército Alemão que, após uma série de escândalos, se revelou infestada de neonazistas.

A tomada do Congresso nos Estados Unidos há dois anos pelos supremacistas, o triunfo de Giorgia Meloni na Itália ou o avanço da extrema direita em quase todos os países europeus nos permitem ver que as forças de direita não estão apenas se escondendo atrás de exércitos, mas sim , eles saíram para conquistar as mentes e os votos dos habitantes do mundo. Ou seja, não é uma infiltração isolada ou ações cirúrgicas.

O avanço da ultradireita no mundo também é eleitoral, por isso ela tem conseguido se posicionar dentro das instituições, naturalizando sua participação antes vetada.

O fracasso das políticas democráticas para enfrentar os principais problemas das sociedades alimenta essas forças retrógradas; os meios de comunicação os impulsionam em determinado momento e as estruturas militares lhes dão o apoio final.

Compreender a ascensão da extrema direita e sua capacidade de alinhar populações é uma tarefa fundamental para as forças democráticas mundiais.

RT

Governo do Brasil reforça segurança diante de novas ameaças de golpe

Em declarações à televisão CNN Brasil, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, precisou que esse reforço foi determinado pelo gabinete de crise estruturado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fiscalizar e antecipar novos atos criminosos contra a democracia. Foto: captura de tela

O Governo do Brasil decidiu reforçar a segurança em todo o território nacional após extremistas de direita convocarem novas manifestações para hoje nas capitais.

Em declarações à televisão CNN Brasil, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, precisou que esse reforço foi determinado pelo gabinete de crise estruturado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fiscalizar e antecipar novos atos criminosos contra a democracia.

“Tem medidas para reforçar a segurança em todo o país uma vez que circulam as cartas de novas manifestações. Então, por precaução, segurança na Esplanada dos Ministérios (os principais prédios públicos estão localizados), nas cidades e no país como um todo”, explicou Costa.

Ele também informou que o Exército deve proteger os quartéis-generais dos três poderes, mas sem necessariamente um decreto de Garantia da Lei e da Ordem, o chamado GLO, em que as Forças Armadas assumem o poder.

“Você não precisa de GLO para proteger o Palácio. A segurança do Distrito Federal (DF) está sob intervenção e haverá todos os reforços do Exército para proteção, além das demais forças de segurança”, especificou.

Nas redes sociais, grupos de apoiadores radicais do presidente derrotado Jair Bolsonaro anunciaram convocações para manifestações às 18h (horário local) desta quarta-feira em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Tais mobilizações serão pela “recuperação do poder”, segundo os organizadores.

Os bolsonaristas (apoiadores do ex-governante) pedem intervenção militar no país e rejeitam pela terceira vez a posse de Lula.

Pelo menos 1.500 desses extremistas foram detidos pelas invasões e atos de vandalismo ocorridos no domingo no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e no Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.

Diante dos fatos, Lula decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF. Aprovada no Parlamento pelas duas câmaras (Deputados e Senado), a matéria segue agora para promulgação.

Na prática, com as validações, o Congresso ratifica a medida até 31 de janeiro, conforme proposta do presidente.

A previsão está prevista no artigo 34 da Constituição Federal para “pôr fim a grave comprometimento da ordem pública” e “garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação”.

Durante reunião com governadores ou representantes dos 27 estados do Brasil, a respeito dos atos golpistas, Lula afirmou que “não vamos permitir que a democracia saia do controle”.

(Com informações da Imprensa Latina)

Ataque de Bolsonaro deixa sérios danos ao patrimônio histórico de Brasília

A lista inclui pinturas, esculturas, vidros, portas, janelas e todo tipo de mobiliário dessas construções futurísticas projetadas pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer.

O violento ataque de domingo contra as três sedes do poder político em Brasília por hordas de radicais bolsonaristas danificou grande parte do patrimônio histórico e artístico e os espaços privados nos quais as mais altas autoridades brasileiras trabalham diariamente.

A lista inclui pinturas, esculturas, vidros, portas, janelas, computadores, televisores e todo tipo de mobiliário para essas construções futurísticas projetadas pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer na capital brasileira. Em sua fúria, os atacantes usaram paus, grandes martelos, pedras, cercas e tudo ao seu alcance.

No Palácio do Planalto, sede da presidência, onde no dia 1º de janeiro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a faixa presidencial para seu terceiro mandato, nem mesmo o quadro ‘Las mulatas’, do pintor Di Cavalcanti, foi poupado. Segundo O Globo, os manifestantes chegaram a furá-la por seis lados.

Outras obras de arte foram destruídas no gabinete do ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, que mostrou em suas redes como tudo ficou, e o quarto da primeira-dama, Rosângela Silva, mais conhecida como Janja, também foi destruído.

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Os bolsonaristas não puderam entrar na sala presidencial, que fica no terceiro andar, porque tem maior segurança e fechaduras especiais nas portas.

Entraram na sala do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), onde não só a devastaram como roubaram armas e munições.

Também destruíram a histórica galeria de fotos de presidentes brasileiros que enfeita o saguão do Planalto.

No Congresso, um edifício icônico com duas altas torres erguidas sobre duas cúpulas, uma delas invertida, o vitral do Araguaia, obra da artista Marianne Peretti, e localizado na sala verde da Câmara, ao lado da câmara, foi estragado.

Também atacaram alguns gabinetes dos deputados e o Plenário do Senado.

No STF, destruíram o salão com bustos das mais altas autoridades da República, arrasaram a sala do plenário e vários gabinetes dos onze desembargadores. Um dos vídeos que viralizou foi o da porta arrancada com o nome do juiz Alexandre de Moraes, inimigo do ex-presidente Jair Bolsonaro, contra quem o magistrado abriu diversas investigações.

A Polícia e o Exército começaram a evacuar nesta segunda-feira o acampamento onde os bolsonaristas se reuniram em Brasília e que fica em frente ao Quartel General do Exército. Muitos dos apoiadores de Bolsonaro chegaram ao acampamento há dois meses para protestar contra a vitória de Lula sobre Bolsonaro.

Desde a invasão ocorrida no início da tarde de domingo, que evocou o ataque semelhante ocorrido no Capitólio de Washington em 6 de janeiro de 2021, 1.200 pessoas foram detidas, segundo a Globo.

O presidente convocou uma reunião ministerial para esta segunda-feira no Palácio do Planalto – na tentativa de deixar claro que o Governo continua ocupando seus prédios – para fazer um balanço da situação e ver quais providências serão tomadas a seguir. Nesta tarde, o presidente se reunirá com os governadores dos diferentes estados.

RT

Mais de 1.200 presos por tentativa de golpe no Brasil

Milhares de bolsonaristas entraram violentamente nas sedes do Parlamento, da Presidência e do Supremo Tribunal Federal. Foto: EFE

Pelo menos 1.200 integrantes de Bolsonaro foram detidos nesta segunda-feira no acampamento que montaram em frente ao quartel-general do Exército em Brasília desde as eleições de outubro e de onde foram lançados os ataques de domingo contra os quartéis-generais dos três poderes no Brasil.

Os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não reconhecem a vitória do líder progressista Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, foram presos após serem cercados pela Polícia e pelo Exército, desmantelaram pacificamente o acampamento onde se refugiavam .

Segundo o Ministério da Justiça, os integrantes de Bolsonaro detidos foram levados em pelo menos 40 ônibus até a sede da Polícia Federal, onde serão identificados para tentar apurar se participaram dos violentos ataques de domingo e arquivados caso surjam provas contra eles no futuro. .

Só permanecerão presos os que forem identificados como participantes dos atos de vandalismo e aqueles que tiverem alguma prova contra eles.

Os prisioneiros se juntarão às quase 300 pessoas que foram presas no domingo por sua responsabilidade nos ataques.

O despejo foi pacífico e ocorreu depois que o desembargador Alexandre de Moraes, um dos onze integrantes do STF, ordenou o desmantelamento de todos os acampamentos montados pelos bolsonaristas em frente ao quartel do país e de onde defendiam um golpe. Brasil contra Lula.

Moraes, responsável por várias das investigações contra Bolsonaro e seus seguidores por ataques à democracia, ordenou que os ocupantes dos acampamentos “sejam detidos em flagrante pela prática de diversos crimes”.

O acampamento dos radicais em Brasília, montado há mais de 70 dias, desde que Lula venceu no segundo turno das eleições presidenciais, serviu de base para os manifestantes que invadiram a sede dos três poderes do Brasil no domingo e foi o alvo lugar para onde retornaram após sua tentativa fracassada de forçar um golpe.

O número de radicais no acampamento em frente ao quartel-general do Exército vinha caindo desde a posse de Lula, em 1º de janeiro, e na quinta-feira as autoridades contabilizavam cerca de 200 pessoas, mas no sábado saltou para cerca de 3 mil depois que os bolsonaristas convocaram a manifestação de domingo.

Diante do caos gerado pelo assalto a prédios públicos, Lula decretou intervenção federal na área de segurança de Brasília até 31 de janeiro, com a qual a polícia regional ficará sob controle do governo federal.

O assalto ao Congresso, à Presidência e ao STF só foi resolvido após quatro horas e meia de confusão, quando agentes de choque fizeram investidas e dispararam gás lacrimogêneo contra os exaltados que estavam dentro e fora dos prédios dos três poderes.

(Informações da EFE)

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