Música e mulheres, uma dupla de luxo em festival em Cuba

Havana, 8 de março (Prensa Latina) Como oportunidade de celebrar o desenvolvimento da música cubana com cunho feminino, a quinta edição do Festival da Mulher se destaca hoje na agenda de atividades desta capital.

Focado no combate à violência de gênero e na união de vozes pela inclusão social, o evento conta com o apoio do destacado artista plástico Issac Delgado, destacou a diretora de comunicação do Gabinete do Historiador da Cidade, Magda Resik.

Do projeto cultural Nave Los Picos, o encontro reunirá no palco David Vega e Madame Butterfly, Jennyselt Galata, Yanet Valdés, o grupo Fashion Show, o projeto criativo Dador, as marcas Feng e Innatus, o estilista Ismael de la Caridad, a cantora Isis Flores, entre outros.

Da mesma forma, o evento propõe uma abordagem de empreendimentos locais, pela mão de Color Café, Left Limited, Alainversa e Camila Guevara, enquanto Melanie Lavastida e Lachy Machirán abordarão o repertório da banda Nube Roja.

A programação do Festival inclui apresentações de Emy Abreu, Dj Ricky, La Reyna y la Real, Rebeca Martínez, Anacaona, Alain Pérez, Haila María Mompie e a dupla de música eletrônica Pauza. ode/lbl

Eles encontram uma múmia pré-hispânica na bolsa de um entregador de comida no #Peru

La Dirección Desconcentrada de Cultura Puno

Os especialistas verificaram a autenticidade da múmia, descoberta durante uma intervenção policial, que foi identificada como pertencente a um indivíduo do sexo masculino entre os 600 e os 800 anos.

Uma múmia pré-hispânica foi encontrada em 25 de fevereiro por agentes do Grupo Terna da Polícia Nacional do Peru na cidade de Puno na bolsa térmica de um entregador de alimentos, informou a mídia local.

La Dirección Desconcentrada de Cultura Puno

A descoberta foi feita no âmbito de uma intervenção policial em três jovens que consumiam álcool na área do mirante Mantaro, localizado perto da urbanização Las Torres de San Carlos. Especifica-se que a múmia poderia ter estado na posse da família do intervencionado, que tentou sem sucesso entregá-la ao Museu de Puno, a troco de dinheiro, durante cerca de 30 anos.

Ao local da descoberta chegaram especialistas da Direção Descentralizada de Cultura de Puno (DDC), vinculada ao Ministério da Cultura do país, que realizaram os trâmites pertinentes. Como resultado de suas análises, eles verificaram a autenticidade da múmia, que foi identificada como pertencente a um indivíduo do sexo masculino entre 600 e 800 anos, supostamente da zona leste de Puno.

Do DDC indicaram que a múmia está agora sob a custódia das autoridades competentes, que estão tomando medidas para sua proteção física e jurídica.

RT

Angola participa na Feira Internacional do Livro

© Fotografia por: DR

Angola participa, desde sexta-feira, em Havana, Cuba, na 31ª edição da Feira Internacional do Livro com um stand de exposição de obras literárias dos mais diversos escritores angolanos, além de peças de artesanato e obras discográficas de vários artistas de diferentes estilos musicais.

A Embaixada de Angola em Cuba, que contou com a colaboração da Biblioteca Nacional, do Instituto Nacional de Indústrias Culturais e Criativas de Angola, trouxe igualmente para esta edição da Feira vários títulos traduzidos por especialistas cubanos, nomeadamente “Once”, de Rui Monteiro, “Madre Materno Mar”, de Boaventura Cardoso, “Ritos de Paso”, de Paula Tavares, “La Casa Vieja de las Márgenes”, de Arnaldo Santos, colecção infantil “Libro de Oro”, de vários autores, e “Página y Media”, de Costa Andrade “Ndunduma”.

Até ao dia 19 de Fevereiro, o evento literário endossará a premissa do Herói Nacional de Cuba, José Martí “Ler cresce”. Com uma selecção de 4,2 milhões de exemplares, incluindo 4.200 títulos impressos e mil volumes digitais, o evento aborda o impacto cultural do uso de novos formatos no sector.

Na Fortaleza de San Carlos de la Cabaña, no Centro Histórico de Havana e em outras quinze subsedes, o evento receberá editoras, escritores, livreiros e promotores de 40 países e uma representação de 120 expositores cubanos e estrangeiros.

O maior festival de letras, que acontece em Cuba, vai homenagear este ano a Colômbia como convidada de honra. Serão ainda homenageados os centenários dos escritores Fina García Marruz e Antonio Núñez Jiménez, além dos destacados bibliógrafos Araceli García Carranza Bassetti e o escritor Julio Travieso Serrano, Prémio Nacional de Cuba de Literatura de 2021.

Jornal de Angola

Herança do Carnaval apresentada na feira

Mário Cohen

A herança cultural do Entrudo de Luanda está patente, desde então, na II edição da Feira de Carnaval, que trouxe à Praça da Independência, pormenores das manifestações artísticas, que vão ajudar a tornar os angolanos uma manifestação melhor uma referência.

A feira foi inaugurada pela secretária-geral da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, Paula Correia, que convidou o público a visitarem o local e conhecer mais sobre o Carnaval de Luanda.

Além das indumentárias e artefactos ligados a manifestação, a feira, explicou a governante, traz temas relacionados com outras expressões artísticas, a maioria focada nos grupos carnavalescos de Luanda.

Os stands tem ainda exposto fotos, algumas com as homenagens feitas ao grupo União Kazukuta do Sambizanga e Kiela, assim como detalhes dos desfiles competitivo.

O acervo exposto inclui ainda, entre outros, alguns adereços utilizados pelos grupos ao longo dos vários desfiles. Dos materiais, constam peças dos grupos União Kiela, Etu mu Dietu, Kazukuta do Sambizanga, Operário Kabocomeu, Jovens da Cacimba, Njinga Mbandi e Mundo Ilha.

Negócios

O assessor do Governo  Províncial  de Luanda, Domingos Lopes, disse, no acto, que a iniciativa merece mais apoio, por ser um legado para as próximas gerações terem maior noção sobre o Carnaval. “Esperamos também que seja uma boa oportunidade de negócios para os grupos participantes”.

Para Domingos Lopes, a feira deve ser vista como um espaço rentável, capaz de ajudar a gerar novas ideias entre os participantes. “Com a iniciativa, a Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL) dá aos grupos ferramenta para angariar mais fundos”, afirmou.

Maior participação

O vice-presidente da APROCAL, Diogo Colombo, elogiou a adesão e mais grupos, em especial os de determinados distritos e municípios de Luanda na II edição da feira. “É uma forma de recuperar a mística da “festa do povo”. Este ano, espero que tenhamos uma festa condigna, capaz de responder aos anseios dos grupos e as expectativas dos foliões”, adiantou.

Literatura

Várias editoras apresentaram os títulos durante a feira, com realce para a União dos Escritores Angolanos (UEA) que levou à apreciação do público livros como “O Boletim Cultural e a Sociedade Cultural de Angola – Recolha e Pesquisa”, de Irene Guerra Marques e Carlos Ferreira, “As Nossas Mãos Constroem a Liberdade”, de Maria Eugénia Neto, “O Herdeiro”, de António Pompílio e “Duas Faces da Esperança – Agostinho Neto e António Nobre Num Estado Comparado”, de António Quino.

Outra editora convidada foi o Instituto Nacional das Industrias Culturais e Criativas (INIC) que levou para a feira títulos como “Carnaval – A Maior Festa do Povo Angolano”, de Roldão Ferreira, “Sunguilando”, de Óscar Ribas, “Ulika e a Boneca”, de Cremilda de Lima, “O Regresso de Kambongue”, de Kanguimbo Ananaz, “A Lenda da Mãe África e do Filho que Vendeu o Coração”, de José Luís Mendonça, “Mahamba”, de Oliver Quiteculo, e “A Festa dos Porcos”, de Dias Neto. 

A Editora Mayamba, outra convidada, levou à feira livros como “O Nosso Semba – Homenagem a Joãozinho Morgado”, de Pedro Rosa e “Literatura do Bochimanes! Khu de Angola”, de Agnelo Carrasco “A Trança”, de Manuel Rui, “O discurso do Mestre Tamoda”, de Uanhenga Xitu, e “Vozes na Pedra”, de Luís Fernando.

A Fundação António Agostinho Neto levou os títulos “Maria Eugénia Neto – Memória de Jenny, A Noiva de Vestido Azul”, de Artur Queiroz, “Os Bantu na Visão de Mafrano”, de Maurício Franco Caetano, “Poesia Porta Meta”, de Akiz Neto, e “Rio Sem Margem”, de Zetho Cunha Gonçalves.

O convite as editoras serviu, de acordo com a organização, para aproximar mais os livros do público, como forma de incentivar o gosto pela leitura.  

Jornal de Angola

FOTOS: Poço dos desejos de 3.000 anos descoberto com mais de 100 objetos dentro

As relíquias parecem indicar que o local era utilizado para fins religiosos.

Um poço de 3.000 anos, encontrado em Germering, Alemanha.Marcus Guckenbiehl / Bayerisches Landesamt für Denkmal Pflege

Arqueólogos alemães encontraram recentemente um “poço dos desejos” de 3.000 anos na cidade de Germering, informou o Escritório Estadual de Proteção de Monumentos da Baviera. Feito de madeira e com cinco metros de profundidade, em seu interior havia mais de 100 objetos bem preservados.

Os cientistas acreditam que o local tinha status de culto, já que artefatos raros encontrados no fundo apontam para o uso ritual. Entre as descobertas estão 70 vasos de barro, 26 broches de bronze, uma pulseira, duas espirais de metal e quatro contas de âmbar. Além disso, os arqueólogos encontraram um dente de animal e uma paleta de madeira.

As relíquias encontradas em Germering.Marcus Guckenbiehl / Bayerisches Landesamt für Denkmal Pflege

O número de objetos e sua qualidade indicam que eles não caíram no poço acidentalmente, mas foram colocados lá intencionalmente. Os arqueólogos estão agora a escavar o local, com vista a estabelecer um centro de distribuição. Embora 70 outras fossas tenham sido encontradas na área, essa era a única que continha relíquias.

Vasos encontrados em Germering.Marcus Guckenbiehl / Bayerisches Landesamt für Denkmal Pfleg

RT

O conhecimento dos mestres do rum é declarado Património Mundial.

#Cuba #Cultura #RonCubano #UNESCO

30 de noviembre de 2022 RRebeldeAdminWP

O conhecimento dos mestres cubanos do rum leve foi hoje inscrito na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

O organismo internacional no Twitter enviou as suas felicitações à ilha das Caraíbas após a sua candidatura ter sido aprovada no 17º Comité do Património Cultural Imaterial da Humanidade realizado em Marrocos.

Como relatado na mesma rede social pela Missão Cubana junto da Unesco, o Embaixador Yahima Esquivel agradeceu aos presentes em nome da delegação cubana e reconheceu que esta inscrição irá preservar o valor do património cultural imaterial associado à transmissão oral de conhecimentos e tradições.

Ela sublinhou que este é um processo de produção artesanal de produtos naturais, indígenas, com valor histórico, cultural e simbólico para as comunidades em harmonia com o ambiente, a eco-cultura e o desenvolvimento sustentável.

Após a inscrição na lista, alguns dos Maestros de Ron Ligeros presentes no evento definiram o seu trabalho como um trabalho conjunto e fraterno destinado a preservar e transmitir conhecimentos, tradição e património partilhado, sem distinguir marcas pessoais ou reconhecimentos.

Vários dos participantes no evento concordaram que a transmissão dos conhecimentos dos mestres do rum não se limita aos aspectos tecnológicos, científicos ou sensoriais, mas tem também uma dimensão cultural e histórica associada à emergência, ascensão e desenvolvimento da nação cubana.

Cuba foi uma das nomeações escolhidas de um grupo de 56, em que se destacou a análise de elementos referentes à gastronomia.

Fonte: Agência noticiosa cubana

O trabalho do artista cubano Manuel Mendive está em exposição no Vaticano.

#Vaticano #Cuba #Cultura

CUBADEBATE

No Palazzo della Cancellería do Vaticano, sob os auspícios da embaixada de Cuba junto da Santa Sé, a exposição “La Vida es Hermosa” (A Vida é Bela) é apresentada com obras do artista cubano Manuel Mendive.

O galerista e promotor cultural italiano, Eriberto Bettini, o arquitecto desta iniciativa, disse ao Prensa Latina que esta homenagem ao importante artista antilhano, cujo trabalho se inspira na cultura das raízes africanas de Yoruba-Lucumi, num ambiente profundamente católico como a Sala Vasari do palácio, “gera um sentimento muito especial”.

Foto: Prensa Latina.

“Cumpre uma promessa que fiz ao maestro, que conheci em Cuba e com quem tenho uma bela amizade, de trazer a sua obra para Roma e apresentá-la neste salão do Palazzo della Cancelleria. É de facto uma união muito forte. A harmonia de dois mundos”, disse Bettini.

O evento foi presidido pelo chefe da missão diplomática cubana junto da Santa Sé, René Mujica, que salientou a relevância da iniciativa de Bettini, e agradeceu aos embaixadores latino-americanos no Vaticano e a outros funcionários destas representações pela sua presença entre os participantes.

Mujica reconheceu o patrocínio concedido pelo Dicastério da Cultura e Educação da Santa Sé, que permitiu mostrar o trabalho de Mendive, a quem descreveu como um dos mais genuínos representantes da cultura cubana, a nona ocasião em que estes salões foram abertos para a exposição de obras de importantes artistas do seu país.

Foto: Prensa Latina.

Bettini, com o apoio desta instituição da Santa Sé e da embaixada de Cuba junto da Santa Sé, apresentou anteriormente exposições dos artistas cubanos Alexis Leiva Machado (Kcho), Alfredo Sosa Bravo, Karlos Pérez, Roberto Fabelo, Carlos Quintana, Wilfredo Lam e Víctor Manuel.

Esta possibilidade está inegavelmente relacionada com o que o Papa Francisco disse em Janeiro de 2021, no sentido de que “as religiões, especialmente, não podem renunciar à tarefa urgente de construir pontes entre os povos e as culturas”.

Na abertura da exposição “A Vida é Bela” no sábado à noite, o crítico de arte Luciano Caprile avaliou o elevado significado da obra de Mendive, nascido em 1944, pintor e escultor que faz parte do movimento Realismo Mágico, de uma forma emocional e absorvente, com uma atmosfera única.

No seu discurso, o historiador cubano Eduardo Torres Cuevas referiu-se ao facto de “Mendive fazer parte de uma geração que começou nos anos 60, quando uma verdadeira revolução social e cultural começou em Cuba, o que levou o povo a compreender a cultura de uma forma diferente”.

Foto: Prensa Latina.

Com o seu trabalho, este artista foi capaz de transmitir aquela interioridade profunda que tem aquilo a que chamamos Cubanness e Cubanness”, disse Torres Cuevas.

Mendive recebeu a Medalha dos Cinco Continentes da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 2009, e anteriormente, em 2001, o Prémio Nacional de Artes Plásticas atribuído por Cuba, entre outros prémios.

Boa Fé: Continuamos com a nossa vergonha limpa e a nossa cabeça erguida.

#Cuba #Cultura #RevoluciónCubana

Por Maitte Marrero Canda

Correspondente na Guatemala

Em 1999, Israel Rojas (vocais principais) e Joel Martínez (guitarra acústica e segundo vocal) deram os seus primeiros passos na música na sua terra natal, Guantánamo, e por sorte, pela terceira vez na terra do Quetzal estão a celebrar um novo aniversário de sucesso, mas também de controvérsia, uma vez que o seu trabalho é uma crónica da época em que vivem. Numa entrevista exclusiva com Prensa Latina, Rojas confessou ter “o afecto que merecemos e os inimigos que merecemos, e nesse sentido estamos muito felizes”.

“Para além dos prémios e reconhecimentos, o importante é o aplauso do povo, é que a canção é útil, que identifica um grupo que faz coisas boas, que acompanha o emigrante na sua viagem, que faz de um pai um pai melhor… Esse foi e é o objectivo do que fazemos e espero que continue a ser assim”, disse ele com convicção.

Imagen de Razones de Cuba

Nesse sentido, salientou, vai ter pessoas que vão ficar deslumbradas com isso, e pessoas que, no processo, na sua maneira de ver o mundo, vão assumir uma posição que contradiz a sua.

Perguntados como se vêem a si próprios num rápido olhar para trás no tempo, a resposta foi contundente: “Vemo-nos felizes, com a nossa vergonha limpa e os nossos olhos para cima, sem a necessidade de baixar a cabeça diante do mundo”.

“É por isso que continuamos a fazer o projecto e acreditamos que vale a pena apostar na arte e na canção mesmo nestes tempos de grande confusão”, salientou Rojas.

“Como nos vemos a nós próprios, vemos-nos saudáveis, com muitas canções novas a serem lançadas do próximo álbum, e vemo-nos felizes, também como seres humanos”, resumiu o cantor.

Buena Fe, disse ele, tem sido a nossa plataforma musical e de vida, e também para alimentar os nossos filhos.

Àqueles que os acusam de serem oportunistas e de um discurso complacente com as autoridades e o governo para terem sucesso, Rojas argumentou que a própria música do grupo é a prova de que não é esse o caso.

“Ninguém pode provar que a nossa arte foi flertada com uma causa específica e para um benefício específico”.

A FAVOR DE PROJECTOS SOCIAIS

As nossas causas, explicou, são a favor de projectos sociais como a luta contra o HIV, a doação de órgãos, a favor do movimento LGBT, a favor de pais responsáveis, com estudantes universitários e em todo o trabalho em que temos acreditado dentro e fora de Cuba.

Duas noites de concertos esgotados no espaço cultural Trovajazz da capital e outra na cidade colonial de Antígua, reuniram Buena Fe pela terceira vez com a terra do Quetzal graças “a um bando de loucos, verdadeiros amigos e não homens de negócios, que decidiram juntar esta história”.

“Estamos encantados por poder vir e mostrar-lhes um pouco dos 23 anos de carreira, já estamos no nosso 13º álbum, “Morada”, que será lançado em todas as plataformas digitais a 7 de Fevereiro”, disse Rojas.

“Obrigado do fundo do meu coração por demonstrar que as canções também nos podem fazer sonhar”, disse a uma audiência que não deixou de entoar canções emblemáticas como “No juegues con mi soledad”, “Pi 3,14”, “Arsenal”, “Papel en blanco”, “Catalejo” e “Valientes”, uma letra que se tornou quase um hino durante a luta contra a pandemia de Covid-19 em Cuba.

A revisão da sua discografia também incluiu canções como “Dame guerra”, “Nalgas”, “Cámara lenta”, “Bodas” e “Sin arrepentimiento”, entre outras que foram deixadas para um novo encontro, talvez com o sonho de trazer toda a banda.

Como habitualmente, trocaram com o projecto “Los Patojos”, um modelo de educação alternativa na Guatemala, e participaram no evento “A música como instrumento de transformação social” juntamente com jovens criadores.

Também partilharam com membros da Brigada Médica Cubana, que está a celebrar 24 anos de presença ininterrupta nos lugares mais remotos do país.

Em cada concerto, Buena Fe confessou ao público parte da sua filosofia de trabalho: “Vivemos atrás da cortina da indústria cultural, vivemos com o prazer de fazer canções que vêm dos nossos corações, vivemos felizes atrás das cortinas e das difamações, e também as consequências das inconsistências, e aqui estamos nós”.

Restos mortais de Nagrelha repousam no Santa Ana.

Manuel Albano

O corpo do kudurista Nagrelha dos Lambas repousa, desde terça-feira , no Cemitério de Santa Ana, em Luanda, num acto acompanhado por familiares, milhares de admiradores e músicos, sob fortes medidas de segurança.

 Fotografia por: Agostinho Narciso |Edições Novembro

Por volta das 7h00, o cenário estava a ser montado para os elogios fúnebres ao “Estado Maior do Kuduro”. O som foi montado pela produtora Mbaxe  Eventos. Tudo corria na normalidade e logo nas primeiras horas, os trabalhadores da limpeza, sob a orientação do director do cemitério João Lavente, procuravam deixar o local o mais limpo possível para que o “Naná”, como era carinhosamente tratado, fosse enterrado com dignidade.

Depois de prestarem tributo à memória de Nagrelha,  milhares de cidadãos deslocavam-se do Estádio Nacional da Cidadela, para o local do enterro, onde foi prestado o último tributo em sua memória. À distância era possível observar a enchente de admiradores que em uníssono dançavam e cantavam os grandes sucessos dos Lambas.

Os coveiros de Nagrelha

A experiência de vários anos de profissão permitiu que a gestão do cemitério escolhesse os melhores coveiros para cavar a cova do kudurista. Fonseca Tandala e Alexandre João (12 anos de profissão), bem como José Paulo (15 anos de profissão) foram os seleccionados. 

Para o coveiro Fonseca Tandala, o momento vai ficar marcado para sempre na sua vida. Segundo o interlocutor do Jornal de Angola, quando foi informado que seria um dos escolhidos para fazer parte da equipa que iria participar nas exéquias de Nagrelha sentiu-se feliz, por ser um momento único e inesquecível. O mesmo sentimento foi manifestado pelo colega de trabalho Alexandre João que se mostrou comovido pelo acto.

Por sua vez, José Paulo disse, à nossa reportagem, que o momento é indescritível, por fazer parte de momento histórico da história da música angolana. “Não foi fácil para nós saber que seríamos os escolhidos para cavar a cova do nosso ídolo. O Nagrelha nos fez muito felizes, era muito querido pelos seus admiradores”. A cova começou a ser feita no domingo e terminou às 12h00 de segunda-feira.

Momentos indescritíveis

O sol foi surgindo, anunciando um dia de muito calor. Um grupo de zungueiras do mercado dos Congoleses aproximava-se junto da barreira de protecção e limitação a cantar várias estrofes dos  Lambas, em homenagem à maior referência do estilo kuduro da década de 2000 até aos dias de hoje. Nesta altura, notava-se que seria melhor pensar no reforço do aparato policial e do próprio cordão. O número de fãs crescia e a Polícia Nacional decidiu reforçar todo o sistema de protecção nos arredores. O clima mostrava-se tenso à medida que as horas e minutos passavam. Entre os admiradores, uns procuravam subir no topo das árvores para ter uma melhor visibilidade, enquanto outros em terra cantavam euforicamente as músicas dos Lambas. Toda demonstração de carinho, mesmo as mais “bizarras” valiam para mostrar o carinho pelo Nagrelha.

Os milhares de admiradores  renderam um tributo ao malogrado, quando por volta das 10h00, percorreram a Avenida Deolinda Rodrigues. De forma diferente várias alas manifestaram a sua emoção. Nem mesmo as fortes temperaturas que se fizeram sentir durante o dia de ontem, afugentaram os milhares de admiradores do “Estado-Maior do Kuduro”, que desde as primeiras horas se deslocaram ao local da sepultura para render a última homenagem à figura que eternizou as frases: “A morte e a vida são irmãos do mesmo pai/só que um não sabe brincar” e “Já não há nada que me seduz/todo cristão reza na cruz/Jesus Cristo morreu por nós…”

O Instituto Nacional de Emergência Médica de Angola (INEMA) e os Bombeiros colocaram no local meios para acudir eventuais incidentes. Com o aproximar do momento do enterro, a população descontrolada invadiu as duas faixas da Avenida Deolinda Rodrigues.

Actos de vandalismo

Nem mesmo os apelos do Governo da Província de Luanda, aos admiradores do kudurista Nagrelha (dos Lambas), falecido na sexta-feira, em Luanda, vítima de cancro no pulmão, para pautarem pelo civismo e evitarem criar arruaças ou distúrbios na via pública antes, durante e depois do funeral adiantou para alguma coisa. Com a chegada do carro fúnebre, os ânimos aumentaram porque os admiradores de Nagrelha queriam invadir as barreiras de protecção para acompanhar o malogrado até ao último destino. A população começou a arremessar pedras e garrafas em direcção à Polícia de Intervenção Rápida (PIR). Em reacção, às formas de segurança e manutenção da ordem pública começaram a lançar gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.

Neste momento, o pânico alastrou-se um pouco por toda a extensão da avenida. Cada um no local procurava um refúgio, mas, nem com isso, os fãs de Nagrelha se ausentaram do local, o que originou alguns feridos e uma morte. Os motoqueiros tomaram de assalto o tapete asfáltico da avenida para fazer algumas exibições de malabarismo. Uns subiam nos postes de electricidade de alta tensão, enquanto outros, se penduravam nas viaturas particulares e nos transportes públicos, criando vários momentos de arruaça ou distúrbios na via pública. 

No velório estiveram presentes músicos, actores, realizadores, bailarinos, desportistas, dirigentes e os admiradores de Nagrelha.

O legado

Sebem do Gueto e Da Leve-se, são dos kuduristas que consideram que o Nagrelha continua vivo por ter deixado um legado positivo em prol do estilo, segundo eles ainda muito marginalizado. Para Sebem do Gueto, Nagrelha é um ícone nacional que merece todo o respeito da sociedade angolana. “O seu nome nunca será apagado e temos que honrar o seu percurso artístico”.

Augusto Paulo Catanha “General Tembe Tembe”, veio da província do Huambo e chegou à madrugada de ontem a Luanda para participar, igualmente, nas exéquias do ícone do estilo kuduro no país e no mundo. Morador do Alto Hama, o kudurista disse que todo o sacrifício é válido para render um tributo ao maior expoente de todos os tempos do estilo mais mediático do país, o kuduro.

Com os ânimos exaltados, alguns dos seguidores de Nagrelha, junto à zona onde foi sepultado, apelavam para que fosse construído em local a indicar uma estátua em  sua memória como reconhecimento dos seus feitos.

Agradecimento

O irmão mais velho de Nagrelha, Osvaldo Mendes, em nome da família agradeceu o excelente trabalho abnegado desenvolvido pela comunicação social, a Polícia Nacional e os próprios admiradores do malogrado, antes, durante e depois do funeral. Disse que a família vai procurar estar mais unida e que o legado do irmão possa ser devidamente transmitido às novas gerações. O reformado e ex-director do Gabinete Provincial da Acção Social, Cultura e Desporto do Governo da Província de Luanda (GPL), Manuel Sebastião referiu que Nagrelha procurou imortalizar o estilo kuduro. “Ele foi uma figura incontornável deste género que merece o respeito e consideração de toda a sociedade”.

No elogio fúnebre da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC-S.A), referiu que Gelson Caio Manuel Mendes, popularizado com o nome artístico de Nagrelha, que depressa se tornou um símbolo de superação e crescimento integral saudável. Pertencente a uma geração de jovens que fizeram do Kuduro um instrumento de luta pela emancipação, onde as más práticas deram lugar a um caminhar tranquilo com a bandeira do amor e do su-cesso, com talento e carisma, edificando em si o ídolo que arrastou multidões.


Missa de corpo presente na Cidadela Desportiva

Milhares de fãs estiveram reunidos ontem, na Cidadela Desportiva, em Luanda, para o último adeus ao kudurista Nagrelha, a quem o padre José Baptista Nunda, da Paróquia São José considerou um ícone da música popular urbana angolana, da nova geração.

Com um registo sem igual de fãs, a missa de corpo presente serviu para recordar e enaltecer o contributo do cantor à música e à sociedade. “Nagrelha foi um homem de bem, com boas obras e chefe de família. Devemos honrar os feitos deste, em prol da música nacional, em particular o kuduro”, disse.

Com dor e tristeza nos semblantes, os seguidores da estrela do kuduro entoavam algumas canções do cantor, como “Provou e gostou” e “Comboio”. Num cenário sem igual, os fãs saíram da Cidadela e acompanharam o corpo do malogrado até ao Cemitério de Santa Ana.

O músico Baló Januário, que também assistiu a missa, considerou a morte de Nagrelha uma perda sem igual, em especial para uma geração de artistas. “É preciso que agora o legado do kudurista seja imortalizado”, defendeu, além de acrescentar que alguns artistas já gravaram o tema, “Uma Nação em Lágrimas”, em homenagem ao cantor.

Mário Cohen


Uma morte e actos de vandalismo marcaram funeral do kudurista

Um menor, ainda por identificar, e 33 feridos, dos quais 16 efectivos da Polícia Nacional, dos quais dois em estado grave, e outros 17 cidadãos, marcaram, ontem, o funeral de Nagrelha, com base nas ocorrências registadas pelo Comando Provincial de Luanda.

O superintendente-chefe Lázaro da Conceição, director de Segurança Pública e Operações da Polícia em Luanda, disse que os feridos receberam tratamento médico em diversas unidades de saúde. 

Os actos de arruaça e vandalismo verificados ontem,  no interior e exterior do Cemitério de Santa Ana, disse, culminaram com a detenção de 18 cidadãos, suspeitos de cometerem crimes diversos.

Alguns danos, adiantou, ainda estão por ser calculados, como a destruição de uma esquadra móvel, quatro viaturas da Polícia Nacional, uma motorizada e cinco autocarros. “Os actos de vandalismo resultaram ainda no roubo de várias botijas de gás, no interior de um camião, e assim como de grades de cerveja”.

Lázaro da Conceição apelou à calma e pediu compreensão pelos transtornos criados na reposição da ordem pública, sendo que a situação voltou à normalidade com a abertura das vias que tinham sido fechadas ao trânsito automóvel.

“A tentativa de invasão do Cemitério, por parte dos fãs, obrigou a corporação a dispersar a multidão, com o uso de gás lacrimogénio, durante a operação de reposição da ordem pública”.

Confusão

Por volta das 7h00, centenas de jovens concentraram-se nas imediações do Cemitério de Santa Ana, que até às 9h00, já estava cheio de fãs. Neste momento, alguns começaram a fazer racha, de motorizadas, no recinto. Outros decidiram subir por cima dos autocarros estacionados.

Um ponto comum, enquanto aguardavam a chegada da urna, era o consumo de bebidas alcoólicas no recinto. Um caso caricato é o de um jovem que tirou a roupa e começou a andar entre a multidão.

A reportagem do Jornal de Angola verificou vários desmaios de homens e mulheres, arruaça e roubo do negócio das vendedoras do mercado, junto das Pedrinhas.


André da Costa


Herói do kuduro partiu para a eternidade  e deixa um legado inspirador à juventude

O legado do carismático kudurista Nagrelha, sepultado ontem, em Luanda, representa o suporte  mínimo de consolo e inspiração confiado aos músicos, fãs e amantes do kuduro, em Saurimo, província da Lunda-Sul.

O intérprete da conhecida música “Na Muleleno” e baterista da banda “Os Moyo Wenu da Lunda-Sul” destacou que Nagrelha marcou uma etapa de viragem e afirmação do kuduro em Angola.

Segundo Domingos Mutambi, a forma singular de expressividade popular de “Nagrelha” vincou na continuidade e influenciou todas as franjas amantes do género musical, Made in Angola.

Referiu que a morte do Gelson Caio Mendes quebra um segmento da criatividade artística dos últimos tempos e nota que  “a obra feita prevalecerá no perfil da dinâmica musical que rompeu fronteiras”.

Perante a perda de um ícone do kuduro, o jovem Agostinho Satxilomba perspectiva para este estilo musical um futuro reticente. “Não sei se será o mesmo, porque o Nagrelha foi o porta bandeira, com uma forma que arrastava multidões”. Augura que a nova geração perpetue o legado, mesmo em outros géneros.

“O país perdeu uma figura inédita na história da música kuduro que representa um dos géneros mais vulgarizados em Angola”, afirmou a jovem Gisela Gazuza, que defende o reavivamento do legado pelo Gabinete Provincial  da Cultura da Lunda-Sul.

O director do Gabinete Provincial  da Cultura da Lunda-Sul, Salvador Wanuque, avançou que foi aberto um livro de condolências subscrito por dezenas de munícipes. Na região despontam indicadores promissores a favor do kuduro que aos poucos enfrentam a tchianda, género rei na cultura lunda cokwe.

Adão Diogo | Saurimo

Um adeus à dimensão do “Estado Maior” 

Em vida, arrastou multidões e na morte, não podia ser diferente. O comboio partiu, mas com uma moldura humana jamais vista em Angola, que explicou, na perfeição, a dimensão do apelido “Estado Maior do Kuduro”.

Considerado das maiores referências da música angolana, para assegurar o funeral de Nagrelha foi necessário interditar a Avenida Deolinda Rodrigues e colocar mais de mil efectivos da Polícia Nacional nas ruas. Um cenário raramente visto.

O Cemitério de Santa Ana foi pequeno para albergar tamanha multidão. Pessoas vieram de vários pontos do país para dar o último adeus ao “Naná”. Centenas de viaturas foram disponibilizadas gratuitamente, por associações de taxistas e personalidades individuais, mas foram insuficientes para os milhares de fãs, que decidiram acompanhar o kudurista, a pé, cantando alguns sucessos do líder dos Lambas, ao ponto de causar um congestionamento na Avenida Deolinda Rodrigues.

Pessoas de diversos estratos da sociedade, desde músicos, zungueiras e taxistas juntaram-se aos familiares e amigos, na hora do adeus, assim como entidades governamentais e alguns líderes de associações civis.

Considerado por muitos jovens como um expoente máximo, Nagrelha possui uma história de vida que tem inspirado a juventude, inclusive a abandonarem a delinquência e contribuírem mais no desenvolvimento da comunidade. Enquanto vivo, Nagrelha transformou o kuduro numa referência, não só nacional, como internacional, capaz de ultrapassar barreiras.

Com a música, o kudurista conseguiu ultrapassar a consciência das classes sociais, en-tregando-se de corpo e alma a um estilo marginalizado por muitos, sem descurar a própria identidade, criada a partir das ruas do Sambizanga.

Como filho do Sambizanga, o legado de Nagrelha deve ser preservado e transmitido para as novas gerações. Para muitos, a solução seria colocar o nome do kudurista numa escola ou rua do distrito, para não calar “a voz que deixa tristeza a todos nós”.

Regina Ngunza

Morreu Pablo Milanés.

#Cuba #Cultura

Jornal de Angola

O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, lamentou a morte do cantor e compositor Pablo Milanés, aos 79 anos, ocorrida nas primeiras horas da manhã, de terça-feira (22), em Madrid, Espanha.

Cantor e compositor cubano © Fotografia por: DR

De visita oficial à Rússia, o Presidente Miguel Díaz-Canel enviou condolências, através da sua conta no Twitter, à viúva e filhos do artista e a Cuba. “Um de nossos maiores músicos faleceu fisicamente. A voz inseparável da trilha sonora de nossa geração”, disse o Chefe de Estado na rede social.

Por sua vez, o Primeiro-Ministro, Manuel Marrero, disse que a cultura da ilha está de luto pela partida do renomado cantor e compositor, um dos fundadores do movimento Nueva Trova no país.

Considerado um dos expoentes essenciais dos cantores e compositores espanhóis, Milanés compilou um corpo significativo de trabalho para os cubanos na ilha e em outras fronteiras latino-americanas com um repertório de mais de 400 peças.

O músico, nascido na cidade oriental de Bayamo, a 24 de Fevereiro de 1943, forjou a sua carreira profissional com grande versatilidade interpretativa, da qual alimentou o Grupo de Experimentación Sonora, juntamente com outras vozes emblemáticas da ilha.

Vencedor de dois Grammy Latinos (2006) e uma estatueta para Excelência Musical (2015), Pablo Milanés combinou uma mistura de géneros e sonoridades no continente, que oscilou entre tradição e modernidade, enquanto a sua discografia englobava filin, jazz, rumba e bolero, im-plantada em 50 álbuns.

Homenagem de Espanha

O Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, inúmeras personalidades da música e a imprensa principal juntaram-se, ontem, à homenagem a Pablo Milanés.

Embora a morte do extraordinário cantor e compositor cubano, num hospital de Madrid, tenha ocorrido nas primeiras horas da manhã, de ontem,  mensagens de homenagem e condolências ao autor de “Yolanda” e “Yo no te pido” foram publicadas sucessivamente.

 “Pisaremos as ruas novamente e lamentaremos os ausentes em seu nome. A música de Pablo Milanés estará sempre connosco. Ele deu voz à vida e aos sentimentos de toda uma geração”, disse Pedro Sánchez, na sua conta no Twitter. “Eternamente em nossa memória”, acrescentou o Chefe do Governo espanhol.

 Yolanda Díaz, segunda Vice-Presidente do Governo espanhol e ministra do Trabalho, também expressou seus sentimentos no Twitter. “Pablo Milanés compôs, versículo por versículo, o canto de nossas vidas. Trovador de beleza, memória de todos os amores. Sua voz diáfana e livre nos legou uma poética e uma ética do essencial e do pequeno. Hoje, Pablo, você voa de sua amada ilha para nossos corações para sempre”, comentou.

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