Fidel Castro, o melhor discípulo de Martí

Havana (Prensa Latina) Para Fidel Castro, descobrir José Martí foi encontrar o caminho certo para um destino inquestionável. Não é por acaso que, em sua defesa da causa Moncada, apontou o Mestre como o autor intelectual do assalto àquela fortaleza. Também não é verdade que em 15 ocasiões ele o mencionou com referências diretas a sete fragmentos de sua obra.

Por M. Sc. Maida Millán Álvarez, Pesquisadora Assistente*

Colaborador da Latin Press

Isso deixa clara a continuidade dos ideais de Martí, que encontram seu caminho na nova etapa de luta e servem de base para a concepção revolucionária do jovem Fidel.

“…Parecia que o Apóstolo ia morrer no ano do seu centenário, que a sua memória se apagaria para sempre, tal era o insulto! Mas ele vive, ele não morreu, o seu povo é rebelde, o seu povo é digno, o seu povo é fiel à sua memória…” (1).

Essas palavras proferidas em legítima defesa perante o tribunal que o julgou e condenou em Santiago de Cuba, juntamente com os jovens da Geração do Centenário, marcam uma convicção de luta, na medida em que dão sentido à continuidade de uma ideologia.

No 150º aniversário do nascimento de nosso Herói Nacional, em 29 de janeiro de 2003, Fidel expressou: “…Aqueles de nós que retomamos a luta pela independência em 26 de julho de 1953, iniciada em 10 de outubro de 1868, precisamente quando o Único cem anos depois do nascimento de Martí, dele recebemos, acima de tudo, os princípios éticos sem os quais uma revolução não pode sequer ser concebida. Dele recebemos também o seu patriotismo inspirador e um conceito tão elevado de honra e dignidade humana como ninguém no mundo nos poderia ter ensinado…”.

Do exposto derivam elementos indiscutíveis para avaliar o vínculo entre Fidel e Martí, e embora muitos autores tenham se referido a esta relação, não é obstáculo voltar a ela, homens que estiveram extraordinariamente à frente de seu momento histórico.

QUANTO MARTÍ INFLUENCIA FIDEL?

A resposta poderia ser simples e óbvia no sentido afirmativo. A escola e a universidade deram a Fidel coerência e sistematicidade na leitura e assimilação da pregação do Mestre, em sua fase de amadurecimento político como dirigente estudantil e depois como jovem advogado que entrou em lutas políticas com ampla gestão da obra.martiana.

Fidel viveu sua infância e juventude em uma sociedade que fez de Martí um paradigma da nação cubana que, nos anos do frustrado processo revolucionário da década de 1930, criticou o sistema neocolonial, e o fez à maneira de Martí.

As batalhas da época, pela Constituição de 1940 e pelas esperanças de asseio e dignidade moral representadas por Eduardo Chibás, desconhecido dos governos do Partido Autêntico, foram protagonizadas pelo verbo de Marti.

O líder da Revolução Cubana também havia bebido da fonte dos revolucionários dos anos 1920 e 1930: Julio Antonio Mella, Rubén Martínez Villena, Antonio Guiteras, Pablo de la Torriente Brau, todos igualmente imbuídos da pregação de Martí, e coincidentemente , todos marxistas revolucionários.

Isso não era contraditório para o jovem Fidel, ele mesmo o explicava ao assinalar: “…Tive uma dupla influência naquela época, que ainda hoje tenho: uma influência da história de nosso país, de suas tradições, da pensamento de Martí, e a formação marxista-leninista que já havíamos adquirido em nossa vida universitária…”. (2)

E explica: “…a primeira coisa que absorvo muito, profundamente, é a literatura de Martí, as obras de Martí, os escritos de Martí; É difícil haver algo escrito por Martí, suas proclamações políticas, seus discursos, que constituem dois grossos volumes, deve ter umas duas mil páginas ou algo mais, que eu não li quando estudava no colégio ou na a Universidade…” (3). As constantes referências a Martí reafirmam isso.

Como prova de sua plena adesão à ética de Martí, ao referir-se ao martírio de Moncada e descrever os crimes da tirania contra seus companheiros presos e assassinados, Fidel afirmou em 1955: “…eduquei minha mente no pensamento de Martí que prega o amor e não o ódio …”

Assim, a articulação das ideias de Martí com o marxismo-leninismo, ocorrida na última etapa da luta de libertação nacional e da revolução no poder, é apreciada quando Fidel anuncia: “…trago no coração as doutrinas do Mestre e em pensamento as nobres ideias de todos os homens que defenderam a liberdade dos povos…”, que sintetiza a essência do enfoque teórico-prático da Revolução Cubana.

A relação íntima e sistemática que se estabelece entre a obra e o pensamento de Fidel Castro com o de José Martí é consequência, claro, da vontade de Fidel, que desde o início a deixou refletida em seus primeiros textos políticos.

LIÇÕES APRENDIDAS COM MARTÍ

Entre as lições aprendidas com Martí, talvez a mais importante tenha sido seu senso de dever, moralidade, dignidade humana, o caminho de serviço que deve ser feito na vida diante das ambições materiais, dos apetites de poder e das vaidades. Toda a glória do mundo cabe num grão de milho, repetia com frequência.

A luta contra o imperialismo dos Estados Unidos foi sempre entendida por Fidel como a continuação daquela travada silenciosamente por Martí, que, aliás, em sua opinião, é a fonte essencial dos sentimentos latino-americanos e das expressões de solidariedade e internacionalismo expresso durante todos esses anos pelos cubanos.

Desta forma, e atendendo ao objetivo antilhano de Martí, a Revolução Cubana não cessou em seu manifesto apoio à união dos povos do que ele carinhosamente escolhe chamar de Nossa América, aquela que vai do sul do Rio Grande à Patagônia , o mesmo que, como anunciou o poeta revolucionário, “terá de se erguer sozinho, e como um só povo”.

Fidel entrará para a história como um líder moral, um continuador daquela grande força que Martí proclamava, que é o amor à pátria, o apego aos pobres da terra, a fé no melhoramento humano e na utilidade da virtude. Sua comunhão com Martí o ajudou a desenvolver e mostrar suas qualidades especiais como líder político.

Quão verdadeiro, portanto, em sua declaração pública de 1955: “…O Apóstolo é o guia da minha vida…”. E estava em seus preceitos de: Pátria é Humanidade. Com os pobres da terra quero lançar meu destino…, e vivi no monstro e conheço suas entranhas.

Fidel, como ninguém, pôs em prática as ideias do Mestre.

arb/mma

*Retirado do Boletim da Revolução, pertencente ao Gabinete de Assuntos Históricos da Presidência da República de Cuba.

Notas:

(1) Castro Ruz, Fidel. A história me absolverá. Serviço das Publicações do Conselho de Estado. Havana, 2005. Página 88.

(2) Compilação de Dolores Guerra, Margarita Concepción e Amparo Hernández. José Martí na ideologia de Fidel Castro. Centro de Estudos Martí. Havana, 2004. Página 287.

(3) Ibidem.

Fidel Castro homenageado em Luanda.

#Cuba #Angola #FidelCastro #África

Gabriel Bunga

O antigo Presidente de Cuba, Fidel Castro, foi homenageado, em Luanda, seis anos depois da sua morte. A cerimónia decorreu no Museu de História Natural, sob a égide da Embaixada e Liga de Amizade Angola-Cuba.

Recordar, Comandante Fidel Castro © Fotografia por: Arquivo

Na cerimónia de sexta-feira foram apresentados poesias e cânticos em memória do Comandante Fidel Castro. A embaixadora de Cuba em Angola, Esther Armenteros, no fim da actividade, disse à imprensa que a homenagem ao antigo líder da revolução daquele país, seis anos depois do seu desaparecimento físico, não é para celebrar a morte mas sim a sua obra.

“A sua obra foi muito grande. Consistiu na libertação de Cuba da ditadura e criar uma sociedade melhor para todos”, disse, sublinhando que a primeira vez que viu Fidel Castro tinha dez anos e era uma menina de uma família pobre, negra e mulher que não teria oportunidade.

“A revolução cubana deu-me esta possibilidade de estudar e de ser uma pessoa a beneficiar da igualdade das mulheres com os homens”, referiu, salientando que a cor da pele não importou.

“Para mim, Fidel Castro é uma figura imprescindível e que a cada ano vai ser recordado. Não vamos lhe recordar com tristeza, senão com alegria”, disse. Na ocasião, os participantes da cerimónia de homenagem a Fidel Castro renderam, também, homenagem ao Presidente Agostinho Neto pelo seu Centenário Natalício.

“Agostinho Neto e Fidel Castro eram muito amigos. Hoje estamos a celebrar a data natalícia de um e a data da morte do outro e sempre estarão vivos nos corações dos seus povos, Angola e Cuba”, observou.

Esther Armenteros disse que as relações entre Angola e Cuba são excelentes e que em Angola existem mais de mil médicos cubanos, em todas as províncias, prestando o seu serviço à população.

“Estamos a cumprir 47 anos de relações bilaterais entre os dois países e nos outros sectores as relações são fortes”, reiterou, durante o evento marcado com a exposição fotográfica, com imagens de Fidel Castro com Agostinho Neto e outras figuras históricas de África.

Os presidentes de Cuba e da Rússia inauguram monumento a Fidel Castro em Moscovo.

#Cuba #Rusia #PorSiempreFidel

O Presidente cubano Miguel Díaz-Canel e o seu homólogo russo Vladimir Putin participaram na cerimónia de inauguração de um monumento ao falecido líder cubano Fidel Castro em Moscovo, na terça-feira.

O líder russo acrescentou que Castro “é justamente considerado um dos líderes mais famosos e carismáticos do século XX, uma personalidade verdadeiramente lendária”.

Numa cerimónia emocionante, o monumento em Moscovo em homenagem ao Comandante-Chefe Fidel Castro Ruz foi inaugurado na presença dos Presidentes Vladimir Putin e @DiazCanelB | Foto: Cancillerìa Cuba

Putin observou que o monumento está a ser inaugurado na praça que já leva o nome de Fidel Castro, a quem se referiu como “um notável estadista e político, o fundador do estado cubano moderno”.

Toda a sua vida foi dedicada “à luta abnegada pelo triunfo das ideias de bem, paz e justiça, pela liberdade dos povos oprimidos, por uma vida digna para o povo comum e pela igualdade social”, recordou Putin.

É um monumento de bronze de três metros de altura, que representa Fidel em uniforme militar com a sua boina tradicional, de pé sobre um bloco de pedra com um mapa de Cuba.

Segundo os materiais do serviço de imprensa do Kremlin, o monumento representa o caminho heróico de um homem que defendeu os direitos do povo no seu país.

A cada dia que passa, Fidel está mais e mais presente.

#FidelPorSiempre #CubaViveEnSuHistoria #FidelCastro

Por Domingo Pérez

Os inimigos da Revolução Cubana e os seus lacaios fizeram e fazem tudo o que é possível para a destruir. Acontece que hoje em dia tudo é mais visível, graças à magia da Internet e das redes sociais. Basta analisar o discurso actual dos detratores para perceber que se tem mantido inalterado ao longo do tempo. A diferença é o meio através do qual destilam o seu veneno. O público receptor é transformado, tanto na sua composição como na quantidade e imediatismo com que recebe mensagens subversivas.

Imagen de Razones de Cuba

Quando se aprofunda no conteúdo, é fácil compreender hoje as suas reacções desequilibradas e irracionais. Há décadas que tentam eliminá-lo fisicamente e, após a sua morte, o pensamento do Comandante-Chefe Fidel Castro e a sua obra revolucionária criativa estão mais vivos a cada dia que passa.

Eles, inimigos e lacaios, odeiam todos, sabem disso e sofrem com isso, daí as suas reacções histéricas e ataques contra o nosso Primeiro Secretário do Comité Central do Partido Comunista de Cuba e Presidente da República de Cuba Miguel Díaz-Canel Bermúdez, porque identificam nele o discípulo, o continuador do seu legado.

É por isso que, quando vemos o camarada Díaz-Canel a trocar com centenas de cubanos, de todos os sectores da população e de diferentes estratos sociais, estamos a ver Fidel.

É verdade que estes são tempos difíceis, mas, para dizer a verdade, desde o seu triunfo, terá a Revolução tido um único minuto de descanso? Foi isto que Fidel advertiu desde o início. Face à sua ausência física e aos impactos prejudiciais da crise mundial, alimentados pelo aperto do bloqueio, acreditam que chegou o momento e que, mais uma vez, os dias da Revolução estão contados. Mas, sem dúvida, sairemos desta situação mais fortes e eles terão de desfazer as suas malas.

Eles não aprenderam apenas que um povo unido nunca será derrotado!

Falsa liberdade de expressão.

#FalsaLibertadDeExpresión #FidelPorSiempre

PorDomingo Pérez

Ao tratar do tema de hoje, a imagem do Comandante-em-Chefe vem-me inevitavelmente à mente. Em entrevistas com jornalistas americanos, ele sempre levantou a questão da liberdade de expressão. Com a sua habitual indiferença, ele mostrar-lhes-ia que, sob o Socialismo, os cidadãos comuns gozavam de muito mais liberdades, incluindo a liberdade de expressar as suas preocupações, aspirações, preocupações e insatisfações. Estes profissionais da imprensa começariam a fazer-lhe perguntas importantes, e ele repreendia-as, mostrando-lhes que os meios de comunicação social, que eles representavam, “nunca publicariam tudo o que ele expressava nessas entrevistas, mas apenas o conteúdo que lhes fosse conveniente”.

Refiro-me a este tópico porque os odiosos estão a celebrar, uma vez que o Facebook, como o Twitter faz frequentemente, cancelou as contas de vários sites cubanos naquela plataforma digital, sob pretextos imorais e arbitrários.

Que direito, quanto mais moral, tem o governo dos EUA, mascarado nestas plataformas digitais supostamente “independentes”, de encerrar estas contas se, aberta e deliberadamente, centenas de sites, páginas, meios digitais, amplificados por milhares de perfis falsos, difundem o ódio e o terror por todo o mundo, distorcem a realidade cubana e manipulam a opinião pública internacional? Estes relatos gozam de tantas liberdades e protecção governamental que apelam a manifestações, actos de vandalismo e acções terroristas a partir do território americano.

Ah, se quer dizer que os meios de comunicação “castigados” são responsáveis, através da verdade que difundem, por confrontar e destruir os seus planos divisórios, com a colaboração do povo, especialmente das centenas de milhares de cibernautas revolucionários que se juntam a esta nova luta todos os dias, então dizemos-lhe que eles têm toda a razão.

O que eles não podem fazer é continuar a ser tão hipócritas a ponto de se vangloriarem incessantemente da falsa liberdade de expressão que eles próprios mancham. Asseguro-vos que, por cada conta encerrada, milhares se erguerão em defesa da nossa verdade.

Fidel: Porque é que os Estados Unidos têm medo do exemplo de Cuba?

#CubaViveEnSuHistoria #FidelEntreNosotros #EEUUBloquea

Empenho de jovens na vida do país destacado em Havana.

#Angola #Cuba #EstudiantesAngolanos #Colaboración #Minrex #CubaSolidaria

A embaixadora em Cuba, Maria Cândida Teixeira, destacou o empenho dos jovens, ao longo da história, na edificação do país, durante um encontro com a comunidade angolana, na província cubana de Holguín, no quadro das jornadas comemorativas do “Dia da Juventude Angolana”, assinalado a 14 de Abril.

Cândida Teixeira aconselha estudantes a apostar na formação © Fotografia por: | Angop

Maria Cândida Teixeira esclareceu que os jovens sempre estiveram ligados às fases de maior relevância da nação angolana, desde o início da Luta pela Independência Nacional. A diplomata teceu as considerações durante uma palestra sobre a participação dos jovens na vida do país, designadamente “O papel da juventude angolana na construção da cidadania plena”, tendo feito uma abordagem elucidativa sobre a qualidade da contribuição dos jovens.

A embaixadora valorizou os esforços do Executivo angolano na formação de quadros no exterior do país, e aconselhou os jovens a empenharem-se nos estudos para alcançarem bons resultados. Durante a visita a Holguín, Maria Cândida Teixeira participou de várias actividades, com destaque para o  encontro com os estudantes universitários angolanos na referida província. Manteve, segundo a Angop, um encontro com a reitora da Universidade de Ciências Médicas de Holguín, Galina Chacón, e com outros membros da direcção, tendo sublinhado a importância que os estudantes devem atribuir ao conhecimento sobre o passado e o presente das relações entre Angola e Cuba.

A embaixadora angolana visitou, igualmente, o Museu Casa Natal do Comandante Fidel Castro, onde aproveitou para exprimir que  “Fidel foi um humanista, magnânimo, internacionalista de estatura mundial”. Maria Cândida Teixeira rendeu, igualmente, homenagem ao combatente internacionalista Che Guevara, com a deposição de uma coroa de flores no seu monumento.

119º aniversário da ocupação militar ilegal dos EUA na Baía de Guantánamo.

#IlegalBaseDeGuantánamo #Cuba #EstadosUnidos #FidelCastro

Com informação da telesur.

Este 23 de Fevereiro marca o 119º aniversário da ocupação militar ilegal da área da Baía de Guantánamo, onde se encontra uma base militar americana.

Não é segredo que os Estados Unidos têm um número exorbitante de bases navais em todo o mundo, uma das quais, a mais antiga, está localizada na ponta leste de Cuba, na Baía de Guantánamo, desde 1903, quando a ocupação militar ilegal deste território cubano começou.

Este 23 de febrero se cumple el 119º aniversario de la ocupación militar ilegal de la zona de Guantánamo, donde se encuentra una base militar estadounidense.

No es ningún secreto que Estados Unidos tiene un número exorbitante de bases navales en todo el mundo, una de las cuales, la más antigua, se encuentra en el extremo oriental de Cuba, en la bahía de Guantánamo, desde 1903, cuando comenzó la ocupación militar ilegal de este territorio cubano.

Isto correspondeu às estipulações da Emenda Platt, aprovada a 12 de Junho de 1901 pela maioria dos membros da Assembleia Constituinte face à ameaça dos EUA de não retirar as suas tropas de ocupação estacionadas em Cuba após o fim da Guerra Hispano-Cubano-Americana.

Especificamente, o Artigo 7 estabeleceu a obrigação de ceder a essa nação porções do território da ilha para o estabelecimento de estações navais ou de carvão.

Inicialmente, o Governo dos EUA tencionava ceder perpetuamente os terrenos nas baías de Nipe e Bahía Honda, na costa norte, e os de Cienfuegos e Guantánamo, no sul, para este fim, numa base de arrendamento pelo tempo que fosse necessário.

Este acordo gerou uma forte reacção popular, que limitou o pedido à Bahía Honda e Guantánamo, embora este último nunca se tenha concretizado, porque para expandir a área da base no extremo oriente, a 22 de Dezembro de 1912 o acordo sobre a Bahía Onda foi revogado, de modo que desde então o enclave militar tinha 117,6 quilómetros quadrados, dos quais 49,4 quilómetros de terra, 38,8 de água e 29,4 de pântano, delimitados por 17,5 quilómetros de costa, tudo isto ilegal.

O interesse da potência anglo-saxónica na base de Guantánamo era de natureza fundamentalmente estratégica, tanto devido à posição geográfica da ilha como devido à sua baía de 5,2 quilómetros de comprimento, 20 metros de profundidade, 20 chaves interiores, cinco docas e capacidade para 42 navios.

Esta última garantiria o domínio militar dos Estados Unidos nas Caraíbas, América Central e do Sul, bem como o controlo do canal interoceânico que mais tarde seria construído no Panamá.

A Base Naval inclui também dois aeródromos e várias docas, molhes e amarrações com capacidade de atracação para diferentes tipos de navios.

Após o triunfo da Revolução Cubana em 1959, as relações entre os dois países romperam, mas os Estados Unidos mantiveram a sua predominância sobre o local, algo que o governo revolucionário sempre considerou um reflexo do imperialismo do poder americano. Quanto ao aluguer, Cuba pós-revolucionária só levantou o cheque uma vez.

Em 2002, os EUA decidiram abrir uma prisão no Sector Oriental da Base Naval, com o objectivo de alojar prisioneiros da chamada Guerra Global contra o Terrorismo. Essa prisão tornou-se conhecida pelo tratamento desumano dos prisioneiros, o que deu à instalação uma reputação terrível.

Legalmente, esta instalação militar encontra-se num limbo que a colocou no centro da controvérsia em várias ocasiões, uma vez que, não sendo território dos EUA, os métodos de interrogatório e as garantias dos prisioneiros não estão sujeitos às leis dos EUA ou de Cuba, ou seja, nem Havana nem Washington, nem a comunidade internacional tem jurisdição nesta área.

Os Estados Unidos mantêm cerca de 800 bases militares em mais de 70 países e territórios no estrangeiro. 76 estão na América Latina

Malcolm X: 57 anos após um crime nos EUA.

#HistoriaDeCuba #FidelCastro #MalcolmX #CIA #FBI #InjerenciaDeEEUU

PorDeisy Francis Mexidor

Embora alguns meios de comunicação social corporativos dos EUA se tenham recusado a admiti-lo, El-Hajj Malik El-Shabazz, como também era conhecido, foi uma das maiores e mais influentes figuras da história do meu país, disse o Dr. Mealy à Prensa Latina.

Numa entrevista via WhatsApp, o autor do livro Fidel and Malcolm X, Memorias de un encuentro (Black Classic Press/Letras Cubanas) referiu a necessidade de proteger o legado de Malcolm para as gerações presentes e futuras.

“Os ensinamentos que herdámos dele são como ferramentas de libertação”, disse ele, sublinhando que com “palavras e actos Malcolm mostrou que os homens não podem ser desumanizados por causa da cor da sua pele”.

Nasceu em Omaha, Nebraska, a 19 de Maio de 1925 com o nome dado Malcolm Little, que mais tarde mudou para o X que aludia ao apelido desconhecido dos escravos, argumentou ele.

Relativamente ao livro, Mealy explicou que era o resultado de uma conferência organizada pela instituição cubana Casa de Las Américas de 22-24 de Maio de 1990.

“Foi-me pedido que o escrevesse utilizando as actas da conferência e entrevistas em primeira mão e tentei fazê-lo, porque o texto reflecte as memórias daqueles que testemunharam ou estiveram de alguma forma envolvidos nos nossos dois países”, disse ele.

Nunca conheci Malcolm, mas há testemunhos em primeira mão de pessoas que, com excepção de uma ou duas, já não estão aqui”, confessou o jornalista, que recebeu em 2016 a Medalha da Amizade concedida pelo Conselho de Estado da República de Cuba sob proposta do Instituto Cubano de Amizade com os Povos.

O texto compilou nas suas páginas as boas-vindas do líder negro ao Presidente cubano Fidel Castro e à delegação cubana que participou na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, em Setembro de 1960.

“Enquanto o Tio Sam estiver contra si, sabe que é um bom homem”, foi um dos comentários que Malcolm X fez a Fidel Castro a 19 de Setembro de 1960. Foto: ARG Media.
Quando Fidel e os seus companheiros foram recusados alojamento no Hotel Manhattan, Malcolm convidou-os para a Theresa, propriedade de um amigo afro-americano no Harlem, onde – como ele lhe garantiu – seriam recebidos de braços abertos e de coração aberto.

Para Mealy, foi da maior importância registar este acontecimento histórico, sobre o qual pouco se sabia, e para a juventude cubana e mundial aproximar-se um pouco mais da vida de dois grandes homens.

A 21 de Fevereiro de 1965, no Audubon Ballroom em Manhattan, Malcolm X falava numa reunião da Organização de Unidade Afro-Americana quando foi alvejado pelo menos 16 vezes no peito.

Apesar dos diferentes relatos de onde veio a ordem para o eliminar, o Gabinete de Planos da CIA, a divisão envolvida no derrube e assassinato de vários governantes do Terceiro Mundo, já estava inquieto com Malcolm X e espiou as suas actividades até ao dia da sua morte.

No ano passado vieram à luz novas provas do crime contra o activista dos direitos civis, apontando para a polícia de Nova Iorque e para o FBI.

Extraído de Prensa Latina.

As verdadeiras causas do Bloqueio.

#Cuba #EstadosUnidos #CIA #ElBloqueoEsReal

PorArthur González

Os Estados Unidos, desde 1959, têm insistido em culpar Cuba por ser responsável por ser sancionada com um cruel bloqueio económico e financeiro que durou 63 anos, mas a verdade histórica é que desde o século XIX os Yankees têm ambições de tomar a ilha e a Revolução popular liderada por Fidel Castro, cortou os seus desejos de longa data; daí a razão pela qual pretendem asfixiá-la economicamente para que caia novamente nos seus braços e instale um novo governo que será subserviente aos seus interesses políticos e económicos.

Em 1805, o Presidente Thomas Jefferson disse ao embaixador britânico que, “em caso de guerra com Espanha, os Estados Unidos tomarão Cuba por razões estratégicas relacionadas com a defesa do nosso território”.

Em 1822, John Quincy Adams, Secretário de Estado, opôs-se à independência de Cuba e Porto Rico, algo que reafirmou numa carta dirigida a Thomas Randall, o agente introduzido em Havana, instruindo-o a obter informações sobre a situação política na ilha, os sentimentos dos seus habitantes e os acontecimentos relacionados com o governo espanhol, com o objectivo de evitar que a Grã-Bretanha ou a França tomem posse de Cuba no caso de a Espanha perder a sua posse.

As suas aspirações de apreender Cuba começaram quando uma revolução socialista não era sequer concebível, de modo que a justificação se desmorona perante a verdade histórica.

Thomas Jefferson disse em 1823:

“Confesso, com toda a sinceridade, que sempre considerei Cuba como a adição mais interessante que poderia ser feita ao nosso sistema de Estados. O controlo que a Florida nos daria a partir daquela ilha sobre o Golfo do México e os países da América Central, bem como as terras cujas águas fluem para o Golfo, garantirão plenamente a nossa segurança continental.

Ao mesmo tempo, o Secretário de Estado J.Q. Adams notou:

“Pela sua localização geográfica, Cuba e Porto Rico são apêndices naturais dos Estados Unidos… Forças de gravidade política farão com que Cuba caia eventualmente nas nossas mãos”, conhecida como a teoria do fruto maduro.

Será o comunismo a causa do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto após 1959, ou foi a frustração de perder a cobiçada ilha até então o seu paraíso do jogo, da droga, da prostituição e da posse das melhores terras, minas, indústrias, bancos e serviços que revestiam os bolsos do imperialismo americano?

Será que Washington esqueceu estes antecedentes?

James Buchanan, em 1848, escreveu: “A aquisição de Cuba irá reforçar profundamente os laços da nossa União e assegurar a perpetuidade da União”.

O Secretário de Estado Williams Marcy acrescentou: “A posse de Cuba é uma questão da maior importância, como medida preventiva de segurança e essencial para o bem-estar dos Estados Unidos”.

A história não mente sobre a obsessão dos Yankees em tomar posse da Pérola das Antilhas, algo ratificado por Roger Mills, Senador do Texas, que afirmou: “Temos o direito de controlar o destino de Cuba e no exercício desses direitos de estabelecer o destino do povo cubano”.

Outro senador, John Critienden, do Kentucky, insistiu em 1859: “Cuba deve vir até nós, deve ser nossa em breve”.

Nesse mesmo ano, Miles Taylor, representante da Louisiana, afirmou: “Cuba é contígua ao nosso território e a sua posição geográfica é tal que parece marcada pela natureza para se tornar parte da União”.

Ao longo de três séculos, houve muitas opiniões expressas por políticos ianques sobre a possessão de Cuba, mas com o passar do tempo veio Fidel e a diversão acabou.

A Revolução Cubana, que se tornou socialista sob a pressão da repressão americana, especialmente a proibição da venda e refinação de petróleo, o corte nas compras de açúcar, actos terroristas e a invasão mercenária organizada e financiada pela CIA, frustrou o domínio ianque de Cuba, após a sua intervenção pretextual na guerra hispano-cubana de 1898, para impedir que este país se tornasse independente e soberano.

A imposição a Cuba do apêndice constitucional em 1901, conhecido como Emenda Platt, prova os verdadeiros planos dos Estados Unidos, roubando-lhe o direito de ser livre, de confiscar parte do seu território e o poder de intervir militarmente sempre que desejassem.

Basta recordar alguns dos seus parágrafos, que revelam os verdadeiros planos dos Yankees:

“O Governo de Cuba, consente que os Estados Unidos possam exercer o direito de intervenção a fim de preservar a independência cubana, a manutenção de um Governo adequado para a protecção de vidas, bens e liberdade individual e para cumprir as obrigações que, no que diz respeito a Cuba, foram impostas aos Estados Unidos pelo Tratado de Paris e devem agora ser assumidas e cumpridas pelo Governo de Cuba”.

“O Governo de Cuba consente que os Estados Unidos possam exercer o direito de intervenção para preservar a independência cubana, a manutenção de um Governo adequado à protecção de vidas, bens e liberdade individual e para cumprir as obrigações que, em relação a Cuba, foram impostas aos Estados Unidos pelo Tratado de Paris e que devem agora ser assumidas e cumpridas pelo Governo de Cuba”.

“Todos os actos realizados pelos Estados Unidos em Cuba durante a sua ocupação militar serão considerados válidos, ratificados e todos os direitos legalmente adquiridos em virtude dos mesmos serão mantidos e protegidos.

“A Ilha dos Pinheiros será omitida das fronteiras de Cuba, como proposto pela Constituição, e a propriedade da mesma será deixada para futura resolução por Tratado”.

“Para permitir aos Estados Unidos manter a independência de Cuba e proteger o povo, bem como para a sua própria defesa, o Governo de Cuba venderá ou arrendará aos Estados Unidos as terras necessárias para estações de carvão ou navais em determinados pontos especificados, a acordar com o Presidente dos Estados Unidos”.

Não é à toa que o primeiro Plano de Acção encoberto da CIA, aprovado a 17 de Março de 1960 pelo Presidente D. Eisenhower, declara como seu principal objectivo:

“O objectivo do programa aqui apresentado é a substituição do regime castrista por um que seja mais receptivo aos interesses reais do povo cubano e mais aceitável para os Estados Unidos”.

O governo socialista de Cuba não é nem nunca será aceitável para os ianques, pois nunca se ajoelhará, como os governantes fizeram entre 1902 e 1958, e por isso os cubanos devem pagar por tal desafio; mas como José Martí afirmou:

“Uma vez gozada a liberdade, já não é possível viver sem ela”.

%d bloggers gostam disto: