Jornal de Angola
O Presidente dos Estados Unidos declarou, este domingo, o estado de emergência em Porto Rico por causa da tempestade tropical Fiona, que se espera que venha a transformar-se num furacão quando chegar à ilha nas próximas horas, noticia a Efe.

Segundo a agencia de notícias espanhola, Joe Biden ordenou ao Departamento de Segurança Interna e à Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) que realizem os esforços necessários para “salvar vidas, proteger a propriedade, a saúde e a segurança pública, e evitar uma catástrofe nos 78 municípios” de Porto Rico.
“Especificamente, a FEMA está autorizada a mobilizar e distribuir os recursos necessários para aliviar o impacto desta emergência”, referiu a Casa Branca, em comunicado citado pela Efe.
A Efe refere ainda que o Governo federal norte-americano vai financiar 75% das medidas de emergência.
Ao início do dia, o governador de Porto Rico, Pedro Pierluisi, anunciou que tinha solicitado a declaração de estado de emergência a nível federal, depois de já ter declarado estado de emergência a nível estadual.
Pierluisi também referiu que 79 abrigos dos 365 existentes estão a abrigar 101 pessoas em 26 municípios, com Guayanilla e Cabo Rojo a registarem mais deslocados.~
Segundo a Associated Press, são esperados cerca de 51 centímetros cúbicos de chuva, que poderão causar fortes deslizamentos de terras e falhas de energia.
A tempestade tropical Fiona tem atravessado as Caraíbas e, recentemente, deixou um rasto de cheias na ilha de Guadalupe, que faz parte dos territórios ultramarinos franceses (ou France d’outre-mer). As cheias mataram uma pessoa na capital de Basse-Terre, com o corpo a ser encontrado arrastado pelas águas.
Outras 20 pessoas tiveram de ser resgatadas sob fortes chuvas e há mais de 13 mil pessoas sem luz.
“Já estamos a sentir os seus efeitos. Não devemos subestimar esta tempestade”, disse o governador do território, Pedro Pierluisi. De recordar que o Porto Rico não é completamente independente, fazendo parte dos Estados Unidos da América (mas carecendo de representação parlamentar, um facto muito criticado no país quando faltam apoios e recursos em época de furacões).
Pierluisi acrescentou que as fortes chuvas devem ser perigosas, porque o terreno de Porto Rico já está saturado com chuvas anteriores. O país ainda está a ressentir-se do Furacão Maria, em 2017, que deixou um enorme rasto de destruição na distribuição de energia do país, que continua frágil e sujeito a falhas diariamente.
Os furacões e tempestades tropicais, à semelhança de outros desastres naturais, têm-se tornado cada vez mais intensas à medida que as alterações climáticas destabilizaram o clima de algumas regiões. As Caraíbas, uma área por si só susceptível a assistir a furacões, são um dos pontos do globo particularmente atingidos.
Organizações não-governamentais, citadas pela Associated Press, pediram também que fosse activado um plano de emergência, para precaver as dificuldades da população em contactar familiares, especialmente os mais velhos.
Vários voos foram cancelados para a ilha, e um navio cruzeiro teve ordem não entrar nos portos do país. Outros países nas ilhas das Caraíbas cancelaram aulas e proibiram desportos aquáticos.