Uma média de cinco mulheres ou raparigas são mortas por um membro da família por hora em todo o mundo, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo UN Women and the United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC).
O estudo divulgado na véspera do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que é observado todos os 25 de Novembro, salienta que das 81.000 mulheres mortas em todo o mundo no ano passado, mais de metade foram mortas pelos seus parceiros ou outros membros da família.
Os números mostram também que o número total de mortes de mulheres permaneceu inalterado durante a última década, sublinhando a urgência de uma acção mais forte na prevenção e resposta, disse Sima Bahous, directora executiva da UN Women, ao divulgar a investigação.

De acordo com o relatório, ainda há demasiadas vítimas por contar, pois, embora cinco em cada 10 mulheres tenham sido intencionalmente mortas em 2021, não há informação suficiente para as identificar como femicidas.
“Para acabar com todas as formas de assassinatos relacionados com o género, precisamos de conceber respostas melhores e mais eficazes em matéria de prevenção e justiça penal”, disse Ghada Waly, directora executiva da Unodc.
O texto também salienta que a situação não é a mesma em todos os continentes, por exemplo em África a taxa de assassinatos de mulheres em casa foi estimada em 2,5 por 100.000 mulheres, enquanto nas Américas foi de 1,4, Oceânia 1,2, Ásia 0,8 e Europa 0,6.
Os resultados também sugerem que o início da pandemia de Covid-19 em 2020 coincidiu com um aumento significativo de homicídios relacionados com o género na esfera privada na América do Norte, e em certa medida na Europa Ocidental e do Sul.
Estes crimes podem e devem ser prevenidos através de uma combinação de medidas como a identificação precoce das mulheres afectadas pela violência, e o acesso ao apoio e protecção das sobreviventes, sublinha o jornal.
Outras recomendações referem-se à abordagem das causas profundas, incluindo a transformação de masculinidades e normas sociais nocivas, bem como a eliminação de desigualdades estruturais de género.
Este relatório servirá de base para os 16 Dias de Activismo contra a Violência Baseada no Género, a campanha internacional anual que começa a 25 de Novembro e decorre até ao Dia dos Direitos Humanos a 10 de Dezembro.