Contratada como empregada doméstica em Santos (SP), a mulher não tinha salário e não podia sair de casa
Fernanda Brigatti
São Paulo
Uma mulher de 89 anos foi socorrida pela Polícia Civil de um apartamento no Gonzaga, bairro nobre de Santos (SP), após denunciar uma situação análoga à escravidão.
De acordo com o processo, a vítima trabalhou por quase 50 anos como empregada doméstica para uma família, sem carteira assinada, salário ou qualquer tipo de remuneração, e só podia sair de casa para tarefas relacionadas ao trabalho.
A denúncia à polícia foi feita por um vizinho, que veio testemunhar as ofensas contra a idosa. Desde agosto de 2020, a mulher está sob os cuidados de parentes, incluindo uma neta.
Neste mês, o MPT (Ministério do Trabalho) acusou a família que a submeteu à escravidão, solicitando o bloqueio de bens móveis e imóveis no valor de R$ 1 milhão e a condenação por danos morais coletivos, também no valor de R$ 1 milhão, que será investidos em ações de combate ao trabalho escravo.
Como o processo está sob sigilo sumário, não foi possível obter os nomes dos acusados ou contatar sua defesa.
Segundo o Ministério do Trabalho, 742 pessoas foram resgatadas do trabalho escravo em 2020.
Fola De S.Paulo