Gostei da opinião de um turista brasileiro que visitou Cuba. Leia.
Por Manuel Rocha.
Quando David carregou na funda a pedra que colheu num rio dali, Golias há de ter tido abundante vontade de rir. Dois metros de gente e uma espada de ferro não é grandeza que se despreze, sobretudo quando o volume do adversário não é de modo a aconselhar confrontos.
Mas nem sempre o que parece o é, pelo que, para a História e nas lições que dela se desprendem, coube a David passar aos vindouros a mensagem de que, nas coisas dos humanos, ser-se grande nunca é um dado adquirido. Havana era, até meados do século passado, o bordel dos Estados Unidos da América, abundante em servos e frutas tropicais, terra de clima ameno e gente amável, ainda por cima com queda para a música e para a dança (esta última em níveis de encanto a que, convenhamos, os descendentes das europas só chegam com muito esforço e dedicação – e, mesmo assim, sem qualquer garantia de sucesso à partida).
Inconformados com o destino de colónia de férias que lhes tinha sido atribuído, a História dá-nos conta de cubanos que decidiram que não tinha de ser assim. Um deles, chamado José Martí, deixou mesmo escrito que Cuba tinha tudo para poder ser livre, entre terra e gente, podendo dispensar totalmente o estatuto de colónia dos Estados Unidos da América. Da vontade à realidade decorreram décadas, mas conseguiu-se que Cuba viesse a ser um território livre de tutelas. Continuar a ler