
O governo russo responderá adequadamente no caso de outros países confiscarem seus bens ou os de seus cidadãos, assegurou na quarta-feira a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, María Zajárova.
“Qualquer uso dos fundos tanto do Estado russo quanto de seus cidadãos sem o consentimento dos legítimos proprietários, como você entende, será interpretado por nós como um ataque ilegal e desafiadoramente hostil a um determinado país e suas estruturas de poder, que dá o direito a respostas adequadas”, declarou a porta-voz durante um briefing.
Em relação ao bloqueio dos recursos financeiros do país em contas externas, o representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia destacou que Moscou considera tais atos ilegítimos e violam todos os princípios e normas do direito internacional, além de destrutivos ao funcionamento imparcial do o sistema financeiro mundial.
Claro, este é o começo da destruição do sistema financeiro global do mundo. As ações dos países ocidentais podem ser interpretadas como uma violação flagrante da propriedade soberana, disse ele.
Ele acrescentou que isso se aplica não apenas às relações interestaduais, mas também às privadas, porque o mesmo se aplica às pessoas físicas.
Para Zakharova, se tais medidas forem aplicadas, será mais um motivo para o mundo inteiro duvidar da confiabilidade do dólar e do euro como moedas de reserva e principais meios de liquidação externa.
A recusa do Ocidente em interagir exclusivamente no campo jurídico e o agravamento da situação com o acesso de Estados e indivíduos aos seus bens criarão um precedente extremamente perigoso, alertou.
De acordo com o responsável russo, esta situação implicaria que o estatuto soberano de determinados ativos já não seja garantido e que possa sempre ser revisto por intervenientes individuais que utilizem as suas posições privilegiadas quando a situação geopolítica mudar.
A União Europeia congelou mais de 10 bilhões de dólares para cidadãos russos

Os países da União Europeia (UE) congelaram mais de 10 bilhões de dólares em bens de cidadãos russos desde o início da operação militar de Moscou na Ucrânia, segundo dados da Comissão Europeia citados pela agência DPA.
Em 8 de abril, o valor dos bens congelados, incluindo iates, fazendas e contas bancárias, para os cidadãos russos sancionados era de pouco mais de 7 milhões de dólares, disse a agência de notícias alemã.
Nesta quarta-feira, a Comissão Europeia discutirá um pacote legislativo para que os países do bloco possam confiscar bens e bens russos congelados para destinar esses fundos à restauração da Ucrânia.
A este respeito, a presidente do Executivo Comunitário, Ursula von der Leyen, defendeu que a UE não deve “deixar pedra sobre pedra” para reconstruir o país, imerso no conflito militar desde o passado 24 de fevereiro, “incluindo, se possível, a Ativos russos que congelamos.”
Enquanto isso, Lituânia, Letônia, Eslováquia e Estônia apresentaram uma proposta conjunta na terça-feira para usar cerca de US$ 320 bilhões em ativos congelados no Banco Central da Rússia para o mesmo propósito.
Em abril, a Comissão Europeia revelou que a UE congelou ativos de magnatas e entidades russos no valor de 32,6 bilhões de dólares e que cerca de 209 bilhões de dólares em transações também foram bloqueados.
Em 27 de fevereiro, os membros do bloco concordaram em congelar cerca de metade dos ativos financeiros do Banco Central da Rússia.
(Com informações da Prensa Latina e Russia Today)