Guterres destaca esforços de Angola na solução da crise no Leste da RDC.

#ONU #Angola #Política

O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, destacou, esta segunda-feira, os esforços diplomáticos liderados por Angola para resolver a crise na região oriental da República Democrática do Congo (RDC).

© Fotografia por: DR

Segundo o “Notícias ao Minuto”, num balanço de 2022 feito à imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, Guterres enumerou uma série de avanços alcançados na resolução de conflitos através de esforços diplomáticos, especialmente no continente africano.

“Na República Democrática do Congo, os esforços diplomáticos liderados por Angola e pela Comunidade da África Oriental criaram um quadro de diálogo político para resolver a crise na região oriental do país”, afirmou.

Angola tem sido mediador do conflito entre a República Democrática do Congo e o Rwanda, devido aos ataques do movimento rebelde 23 de Março (M23), que Kinshasa diz ter sido apoiado pelos rwandeses, no Leste da RDCongo.

Em 23 de Novembro, o Presidente angolano, João Lourenço, organizou uma cimeira em Luanda onde recebeu os responsáveis dos dois países, bem como representantes de outros países e organizações africanas, tendo sido alcançado um acordo para um cessar-fogo que, no entanto, não está a ser cumprido pelos rebeldes, acusados de estar a massacrar civis.

Face à Etiópia, o ex-Primeiro-Ministro português realçou os esforços da União Africana para intermediar a paz, considerando-os um “motivo de esperança”.

“Uma cessação das hostilidades e acordos de implementação estão em vigor. Está a surgir um caminho para a assistência na parte Norte do país”, disse Guterres, ainda sobre a situação na Etiópia.

De acordo com o líder das Nações Unidas, apesar dos “muitos motivos para desespero”, ainda existem razões para ter “esperança” na resolução dos conflitos que assolam o mundo, principalmente pelo “renascimento da diplomacia” nos últimos meses.

“A trégua no Iémen trouxe dividendos reais para as pessoas. Desde então, não houve grandes operações militares num conflito em que pessoas inocentes pagaram o preço mais alto.

Os voos civis foram retomados de Sanaa. Suprimentos vitais estão finalmente a chegar ao porto de Hudaydah”, deu ainda como exemplo António Guterres.

Para 2023, a ONU continuará comprometida com a promoção da paz e a segurança, com o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, com o combate às desigualdades e com a reforma do “sistema financeiro internacional moralmente falido”, frisou o Secretário-Geral.

Cimeira de Luanda

A cimeira sobre a paz e segurança na região Leste da República Democrática do Congo decidiu a cessação das hostilidades. Sob a mediação do Presidente angolano, João Lourenço, na qualidade de mediador da União Africana, que tem sido incansável na busca de soluções pacíficas para a Região dos Grandes Lagos.

O Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, bem como o Presidente do Burundi, Évariste Ndayishimiye, e o antigo chefe de Estado do Quénia, Uhuru Kenyatta, convidados por João Lourenço, estiveram, igualmente, presentes na cimeira de Luanda.

A situação da segurança na região Leste da República Democrática do Congo foi o tema em discussão no encontro, ocasião em que os chefes de Estado “expressaram a sua preocupação relativamente ao agravamento da insegurança e das acções militares persistentes do M23”.

Papa visita RDC e Sudão do Sul entre Janeiro e Fevereiro.

#Papa #Vaticano #RDC

JA Online

O Papa visitará a República Democrática do Congo (RDC) e o Sudão do Sul entre 31 de Janeiro e 5 de Fevereiro de 2023, uma viagem inicialmente planeada para o verão passado, anunciou hoje o Vaticano.

© Fotografia por: DR | Arquivo

Francisco visitará Kinshasa de 31 de Janeiro a 3 de Fevereiro de 2023, depois irá a Juba entre 3 e 5 de Fevereiro, informou o director do serviço de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, num comunicado à imprensa.

Esta viagem, inicialmente marcada para Julho, foi adiada pelo Vaticano devido a problemas de saúde do Papa, que completará 86 anos em Dezembro, nomeadamente dores no joelho.

Entretanto, informações divulgadas pela imprensa relataram riscos de segurança do Papa, especialmente em Goma.

Comunicado Final da Mini-Cimeira sobre a paz e a segurança no Leste da RDC.

#Angola #RDC #Rwanda #Política #AcuerdoDePaz

JA Online

Íntegra do Comunicado Final da Mini-Cimeira de Luanda, realizada esta quarta-feira, 23, sobre a paz e a segurança na região Leste da república Democrática do Congo, sob iniciativa do Presidente do angolano João Lourenço.

© Fotografia por: CIPRA

1. A convite de Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e Mediador designado para manter o diálogo entre a República Democrática do Congo (RDC) e a República do Ruanda pela 16ª Sessão Extraordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana em Malabo, a 28 de Maio de 2022, realizou-se uma Mini-Cimeira sobre a Paz e a Segurança no Leste da República Democrática do Congo (RDC) a 23 de Novembro de 2022, em Luanda, República de Angola.

2. A Mini-Cimeira contou com a presença de Sua Excelência Évariste Ndayishimiye, Presidente da República do Burundi e Presidente em exercício da Comunidade da África Oriental (CAO), Sua Excelência Félix-Antoine Tshisekedi Tshilombo, Presidente da República Democrática do Congo, Sua Excelência Vincent Biruta, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional da República do Ruanda, em representação de Sua Excelência Paul Kagame, Presidente da República do Ruanda e Sua Excelência Uhuru Muigai Kenyatta, ex-Presidente da República do Quénia e Facilitador designado pela CAO para a implementação do Processo de Nairobi.

3. A Senhora Michelle Ndiaye, Representante Especial do Presidente da Comissão da União Africana e Chefe do Bureau de Ligação da União Africana na RDC, o Embaixador João Samuel Caholo, Secretário Executivo da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e o Tenente-General Nassone João, Comandante do Mecanismo de Verificação Ad Hoc, também participaram na reunião na qualidade de convidados.

4. O principal objectivo da Mini-Cimeira de Luanda foi estabelecer um calendário para a implementação de acções prioritárias, tendo em vista a cessação das hostilidades e a retirada imediata da M23 das localidades congolesas ocupadas, e a coordenação dos Processos de Luanda e Nairobi.

5. Os Chefes de Estado saudaram os resultados das iniciativas tomadas no âmbito dos processos de Luanda e Nairobi, nomeadamente, a operacionalização do Mecanismo de Verificação Ad Hoc, a 9 de Novembro de 2022 e o desdobramento das tropas da Força Regional para as Províncias do Kivu Norte e do Kivu Sul na RDC.

6. Os Chefes de Estado felicitaram Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e Mediador designado pela Conferência da União Africana, e Sua Excelência Évariste Ndayishimiye, Presidente da República do Burundi e Presidente em Exercício da Comunidade de África do Leste (CAE), pelos esforços que visam a restaurar a paz, a segurança e a estabilidade a Leste da RDC no quadro do processo de Luanda e de Nairobi.

7. Os Chefes de Estado discutiram a situação da segurança na região leste da RDC e expressaram a sua preocupação relativamente:

a) Ao agravamento da insegurança e das acções militares persistentes do M23;

b) À aquisição pelo M23 de armas cada vez mais sofisticadas e outros meios para realizar ataques contra as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e;

c) À persistência de forças negativas e terroristas na região leste da RDC, o que constitui uma ameaça à paz, segurança e estabilidade na sub-região.

8. A Mini-Cimeira decidiu o seguinte:

a) Cessação das hostilidades em geral, e em particular dos ataques do M23 contra as FARDC e MONUSCO a partir de sexta-feira, 25 de Novembro de 2022 às 18h00 (Dia D);

b) Cumprimento integral dos requisitos dos Comunicados dos Conclaves dos Chefes de Estado da CAO de 21 de Abril e 20 de Junho de 2022 (Processo de Nairobi), do Roteiro de Luanda de 6 de Julho de 2022 (Processo de Luanda) e das conclusões da Reunião Extraordinária dos Chefes de Estado Maior das Forças Armadas da CAO (Bujumbura, 8 de Novembro de 2022);

c) Continuação do pleno desdobramento da Força Regional;

d) Intervenção da Força Regional contra o M23, conforme as decisões do Processo de Nairobi e as conclusões da Reunião Extraordinária dos Chefes de Estado-Maior das Forças Armadas da CAO, realizada em Bujumbura, a 8 de Novembro de 2022, em caso de negação pelo M23 de cessar as hostilidades e retirar-se dos territórios ocupados;

e) Retirada do M23 das zonas ocupadas e seu regresso às suas posições iniciais, de acordo com as conclusões da Reunião Extraordinária dos Chefes de Estado-Maior das Forças Armadas da CAO, de 8 de Novembro de 2022, realizada em Bujumbura, República do Burundi, sob o controlo da Força Regional e do Mecanismo de Verificação Ad-Hoc, em colaboração com MONUSCO (Dia D+2), nomeadamente:

«Inicialmente, o Quénia posicionará os seus contingentes em Goma e depois em Bunagana, Rutshuru e Kiwanja durante o desengajamento e a retirada do M23 para as suas posições iniciais de Sabinyo no lado da RDC para não mais ultrapassar a linha das aldeias de Bigega, Bugusa, Nyanbikona, Mbuzi, Rutsiro e Nkokwe.

Caso o M23 se recuse a desengajar e liberar todos os territórios que actualmente ocupam, os Chefes de Estado da CAO orientarão a Força Regional a fazer uso da força para induzi-lo a render-se»;

f) Criação das condições para a ocupação das zonas actualmente controladas pelo M23, pela Força Regional, com o apoio do Mecanismo de Verificação Ad-Hoc (Dia D+2);

g) Cessação de todo o apoio político-militar ao M23 e a todos os outros grupos armados locais e estrangeiros que operam no Leste da RDC e na Região (Dia D);

h) As FDLR-FOCA, RED-TABARA, ADF e outros grupos armados que operam em território congolês deporão imediatamente as armas e iniciarão o seu repatriamento incondicional nos termos do Processo de Nairobi, com o apoio da MONUSCO, do Mecanismo de Verificação Ad-Hoc e da Força Regional (Dia D+5);

i) Desarmamento e acantonamento do M23 em território congolês sob o controlo das FARDC, da Força Regional e do Mecanismo de Verificação Ad-Hoc, com a colaboração da MONUSCO (D-Dia +5);

j) Regresso dos deslocados internos às suas áreas de origem (Dia D+7);

k) Retoma e continuação das consultas políticas entre o Governo da RDC e os grupos armados locais (Dia D+10);

l) Retoma do diálogo bilateral entre a RDC e o Ruanda tendo em vista a normalização das relações diplomáticas e o relançamento da cooperação (Dia D+60);

m) Compromisso das partes na implementação do Roteiro de Luanda e dos acordos alcançados no processo de Nairobi e na reunião dos Chefes de Estado Maior General das Forças Armadas da CAO;

n) Consideração e resolução da questão do regresso de todos os refugiados aos seus países de origem, tal como referido no Roteiro de Luanda (Dia D+15);

o) Necessidade de coordenação permanente a todos os níveis entre os Processos de Luanda e de Nairobi;

9. Os Chefes de Estado solicitaram que as FARDC, a Força Regional e os Chefes do Estado-Maior General das Forças Armadas da CAO (Força Regional), em colaboração com a MONUSCO estudassem todas as questões relacionadas com o desarmamento e acantonamento de elementos do M23 e lhes apresentassem propostas na sua próxima Mini-Cimeira;

10. Os Chefes de Estado recomendaram a aceleração da implementação do Programa de Desarmamento, Desmobilização, Reintegração Comunitária e Estabilização (PDDR-CS) em curso na RDC, expressaram a sua profunda preocupação com as condições em que centenas de milhares de pessoas deslocadas vivem nas áreas afectadas pela guerra na província do Kivu Norte e lançaram um apelo à Comunidade Internacional para prestar assistência humanitária a estas populações.

11. Os Chefes de Estado concordaram em reunir-se de novo, em breve, em Bujumbura para avaliar a implementação das conclusões das resoluções e recomendações da Mini-Cimeira de Luanda.

12. Por fim, os Chefes de Estado agradeceram a Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e Mediador designado pela Conferência da União Africana, pelo acolhimento fraterno e hospitalidade que lhes ofereceu, assim como pelo seu engajamento activo na resolução da crise de segurança no Leste da RDC.

Feito em Luanda, aos 23 de Novembro de 2022.

Pela República de Angola

Pela República do Burundi

S.E. JOÃO MANUEL GONÇALVES LOURENÇO

Presidente da República e Mediador mandatado pela Conferência da União Africana

S.E. ÉVARISTE NDAYISHIMIYE

Presidente da República e Presidente em Exercício da Comunidade da África Oriental

Pela República Democrática do Congo

S.E. FÉLIX-ANTOINE TSHISEKEDI TSHILOMBO

Presidente da República

Pela República do Ruanda

S.E. VINCENT BIRUTA

Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional em Representação de S.E. Paul Kagame, Presidente da República do Ruanda

Pela Comunidade da África Oriental/Facilitador

S.E. Uhuru Muigai Kenyatta

Ex-Presidente da República do Quénia”

Cessar-fogo na RDC começa a vigorar a partir de sexta-feira.

#RDC #Rwanda #Angola #Política #AcuerdoDePaz

Garrido Fragoso

A Mini-Cimeira sobre a Paz e Segurança no Leste da RDC, realizada quarta-feira, numa das unidades hoteleiras de Luanda, determinou, a partir de sexta-feira, pelas 18 horas, o fim da cessação de todas as hostilidades e ataques armados pelo grupo M23 contra as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e a Missão das Nações Unidas MONUSCO.

Chefes de Estado definem calendário para o restabelecimento da paz entre a RDC e o Rwanda © Fotografia por: kindala Manuel | Edições Novembro

A decisão vem expressa no comunicado final da reunião, realizada por iniciativa do Chefe de Estado, João Lourenço, e teve a participação dos Presidentes da RDC, Félix Tshisekedi, e do Burundi, Évariste Ndayishimiye. Paul Kagame, do Rwanda, foi o grande ausente da Mini-Cimeira de Luanda, e foi representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Vicent Biruta.

Os Chefes de Estado acordaram, caso o M23 negue cessar as hostilidades e retirar-se dos territórios ocupados, optar pela intervenção da Força Regional contra este movimento armado, conforme decisão do Processo de Nairobi e as conclusões saídas da reunião extraordinária dos chefes de Estado-Maior das Forças Armadas da Comunidade da Àfrica Oriental (CAO), realizada em Bujumbura, no início deste mês.

Os chefes do Estado-Maior das Forças Armadas da CAO, no final da sua reunião extraordinária, em Bujumbura, decidiram, na altura, que as forças do M23 deveriam retirar-se das zonas ocupadas e regressar às suas posições iniciais.

Na mesma linha de orientação, os Chefes de Estado determinaram, também, que, durante o desengajamento e retirada do M23 para as suas posições iniciais de Sabinyo, no lado da RDC, o Quénia deverá posicionar os seus contingentes em Goma e nas localidades de Bunagana, Rutshuru e Kiwanja.

A medida permitirá, seguindo o comunicado final,  que as forças do M23 não ultrapassem a linha das aldeias de Bigega, Bugusa, Nyanbikona, Mbuzi, Rutsiro e Nkokwe. 

Desarmamento e acantonamento

Os Chefes de Estado recomendaram a aceleração da implementação do Programa de desarmamento, desmobilização, reintegração comunitária e estabilização em curso na RDC, e expressaram “profunda preocupação” pelas condições em que centenas de milhares de pessoas deslocadas vivem nas áreas afectadas pela guerra, sobretudo na província do Kivu Norte.

Apelaram, por isso, a comunidade internacional, no sentido de continuar a prestar assistência humanitária às populações. Os Chefes de Estado decidiram pela criação de condições para a ocupação, pela Força Regional, das zonas actualmente controladas pelo M23, e o regresso dos deslocados internos às suas áreas de origem.

A cessação de todo o apoio político-militar ao M23 e a todos os grupos armados locais e estrangeiros, que operam no Leste da RDC e na região, bem como o desarmamento e acantonamento do M23 em território congolês sob controlo das FARDC, da Força Regional e do Mecanismo de Verificação Ad-Hoc, com a colaboração da MINUSCO constam, igualmente, das recomendações saídas da Mini-Cimeira de Luanda.

Retoma do diálogo entre Rwanda e RDC

No comunicado, lido pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, os Chefes de Estado determinaram a retoma e continuação das consultas políticas entre o Governo da RDC e os grupos armados locais, bem como do diálogo bilateral entre a RDC e o Rwanda, tendo em vista a normalização das relações diplomáticas e o relançamento da cooperação.

Os Chefes de Estado concordaram voltar a reunir em breve na capital do Burundi, Bujumbura, para avaliar a implementação das conclusões das resoluções e recomendações da Mini-Cimeira de Luanda, que estabeleceu um calendário para a implementação de “acções prioritárias”, tendo em vista a cessação das hostilidades e a “retirada imediata” das forças negativas das localidades congolesas ocupadas.

Defenderam a coordenação permanente e a todos os níveis do Roteiro de Luanda e o Processo de Nairobi, bem como determinaram o cumprimento integral destes processos, incluindo as conclusões saídas da reunião extraordinária dos Chefes do Estado-Maior das Forças Armadas da CAO, realizada no início deste mês, na capital burundesa.

Os Chefes de Estado agradeceram o Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e Mediador designado pela Conferência da União Africana (UA), João Lourenço, pelo acolhimento fraterno e “engajamento activo”, na resolução da crise de segurança no Leste da RDC.

 Ameaça à paz na sub-região

Os Chefes de Estado manifestaram-se preocupados com a persistência de forças negativas e terroristas na região Leste da RDC, salientando que o facto constitui uma ameaça à paz, à segurança e à  estabilidade na sub-região.

Durante o encontro, expressaram preocupação pelo agravamento da insegurança e das acções militares persistentes do M23, bem como a aquisição, por este grupo armado, de armas cada vez mais sofisticadas e outros meios para realizar ataques contra as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC).

A Mini-Cimeira, convocada pelo Presidente da República, João Lourenço, na qualidade de mediador designado para manter o diálogo entre a RDC e Rwanda, estabeleceu um calendário para a implementação de “acções prioritárias”, tendo em vista a cessação das hostilidades e a retirada imediata do M23 das localidades congolesas ocupadas e a coordenação dos Processos de Luanda e Nairobi.

O evento teve como convidados a representante especial do presidente da Comissão da União Africana e chefe do Bureau de Ligação da União Africana na RDC, Michelle Ndiaye, o secretário executivo da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), Samuel Caholo, e o comandante do Mecanismo de Verificação Ad-Hoc, o tenente-general angolano Nassone João.

Évariste Ndayishimiye em Luanda para a cimeira de paz entre a RDC e Rwanda.

#Política Angola #RDC #Rwanda

JA Online

O Presidente do Burindi, Évariste Ndayishimiye, chegou, na manhã desta quarta-feira, a Luanda, a fim de participar na cimeira que visa o restabelecimento das boas relações entre a República Democrática do Congo e o Rwanda.

© Fotografia por: KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO

Évariste Ndayishimiye está no país a convite do Chefe de Estado, João Lourenço, na qualidade de Campeão da Paz e Reconcialiação da União Africana, encarregue do dossier do Conflito RDC-Rwanda.

Cimeira de Luanda sobre RDC e Rwanda marcada para quinta-feira.

#Angola #Rwanda #RDC #Política

Jornal de Angola

A cimeira sobre a crise entre o Rwanda e a República Democrática do Congo (RDC), inicialmente programada para segunda-feira (21), em Luanda, foi adiada para quinta-feira.

Crise entre o Rwanda e a República Democrática do Congo © Fotografia por: Santos Pedro | Edições Novembro

O encontro destina-se a encontrar vias de superação da crise entre o Rwanda e a República Democrática do Congo (RDC), gerada pelo ressurgimento da rebelião armada do M23, no Leste congolês.

A reunião foi convocada pelo Presidente angolano, João Lourenço, na sua qualidade de mediador da União Africana (UA) no conflito, para aprovar um Plano de Acção para Paz  na RDC  e o “restabelecimento das boas relações” entre os dois países vizinhos da região dos Grandes Lagos.

  Para participar no encontro, João Lourenço convidou os homólogos Paul Kagamé, do Rwanda, Félix Tshisékédi, da RDC e Évariste Ndayishimiye, do Burundi, bem como o antigo Chefe de Estado queniano, Uhuru Kenyatta, como facilitador da paz designado pela Comunidade dos Estados da África Oriental (EAC).

O Burundi é um dos países vizinhos da RDC, que, desde Agosto passado, desdobrou um contingente militar, na província congolesa do Kivu-Sul, no quadro da força regional da EAC, criada em Junho passado para ajudar a combater os grupos armados em território congolês.   

O Plano de Acção a ser aprovado na próxima reunião resulta de uma proposta da mediação angolana para se adaptar o Roteiro de Paz de Luanda à nova realidade registada no terreno, desde finais de Outubro passado, com a intensificação dos combates, na região do Kivu-Norte.

  A proposta foi apresentada por João Lourenço ao Rwanda e à RDC, durante a sua última deslocação a estes dois países, entre 11 e 12 de Novembro deste ano, na sequência do agravamento da violência na fronteira comum, com a retomada das acções militares do M23.

 Os últimos relatos no terreno apontam para uma progressão dos rebeldes do Movimento de 23 de Março (M23) em direcção a Goma, capital provincial do Kivu-Norte, depois de violentos confrontos com unidades das Forças Armadas da RDC (FARDC) e a tomada de novas localidades pelos rebeldes.

Os mesmos relatos colocam a cerca de 20 quilómetros de Goma a batalha pelo controlo desta placa giratória comercial congolesa, de perto de 76 quilómetros quadrados de área e 250 mil habitantes na fronteira com o Rwanda.  

Os confrontos já terão feito vários mortos e feridos entre os civis, bem como centenas de milhares de deslocados e refugiados no vizinho Uganda, no meio de uma grave situação humanitária.

Segundo o Gabinete da ONU de Coordenação das Ajudas Humanitárias (OCHA), estima-se em 262 mil o número de pessoas deslocadas e sete mil refugiados, desde o início dos combates, em Março passado, entre as FARD e os rebeldes do M23. 

União Europeia saúda esforço diplomático de Angola em busca de paz na RDC.

#Angola #UniónEuropea #Paz

JA Online

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, reunidos, esta segunda-feira, em Bruxelas, saudaram o trabalho diplomático que Angola tem desenvolvido com vista à pacificação na República Democrática do Congo (RDC), disse o ministro português João Cravinho.

© Fotografia por: DR | Arquivo

Em declarações à imprensa após a reunião, o chefe da diplomacia portuguesa apontou que um dos temas debatidos pelos 27 foi “a situação nos Grandes Lagos”, onde se vive actualmente “um quadro de catástrofe humanitária”, com “literalmente milhões de mortos ao longo dos últimos anos”.

João Cravinho observou, também, que “há um processo de paz, um diálogo político que está a ser mediado por Angola, entre o Rwanda e a República Democrática do Congo”, que a União Europeia apoia.

João Lourenço aborda com o Secretário Geral das Nações Unidas situação na RDC.

#Angola #ONU #Ruanda #RDC #Política

JA Online

O Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, telefonou, sábado, ao Presidente da República de Angola, João Lourenço, para um ponto de situação à volta da República Democrática do Congo (RDC).

A foto é apenas ilustrativa © Fotografia por: DR | Arquivo

O Presidente João Lourenço pontualizou o Secretário-Geral da ONU sobre as suas últimas diligências e António Guterres, na sequência, manifestou todo o seu apoio aos esforços de mediação do estadista angolano na RDC.

De acordo com uma nota da Presidência da República enviada hoje ao Jornal de Angola, António Guterres exprimiu, no telefonema, a urgência de falar também com o Presidente Félix Tshisekedi, do Congo Democrático, e Paul Kagame, do Ruanda.

Angola vai assumir a próxima presidência da SADC.

#ÁfricaAustral #Angola #RDC #Política

JA Online

O Chefe de Estado, João Lourenço, será o próximo presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), depois de ter sido eleito, esta quarta-feira, na cimeira da organização regional, em Kinshasa, República Democrática do Congo (RDC).

© Fotografia por: CEDIDA | MIREX

De acordo com um comunicado de imprensa do Ministério das Relações Exteriores enviado ao Jornal de Angola, a cimeira de Kinshasa elegeu, também, o Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi para o cargo de presidente em Exercício da SADC.

A cimeira elegeu, igualmente, o Presidente da Namíbia, Hage Geingob, para o cargo de presidente do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança e o Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, para o cargo do próximo presidente do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança.

Chefes de Estado e de Governo analisam segurança e integração.

#ÁfricaAustral #Angola #RDC #Mirex #Política

Garrido Fragoso

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, viajou, esta terça-feira para Kinshasa, República Democrática do Congo, onde representa, hoje, o Presidente da República, na 42ª cimeira ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), dedicada a questões relacionadas com a paz e segurança na região.

Ministro das Relações Exteriores, Téte António, sublinha empenho dos países da SADC © Fotografia por: João Gomes | Edições Novembro

Em declarações à imprensa, momentos antes de embarcar para a capital congolesa, o chefe da diplomacia angolana disse que a cimeira de Kinshasa vai abordar, ainda, questões que têm a ver com a implementação da agenda 20/63, integração económica e a vida financeira da organização.

Aos jornalistas, Téte António falou do contributo de Angola para a pacificação da região dos Grandes Lagos, destacando entre os “muitos desafios” na África Austral, a crise militar ainda vigente na República de Moçambique.

O ministro das Relações Exteriores informou que o evento também vai avaliar o desempenho da SADC em comparação com outras unidades económicas regionais, bem como testemunhar a passagem da presidência da organização regional do Malawi para a República Democrática do Congo.

O chefe da diplomacia angolana destacou, no quadro da passagem do testemunho, a formação do novo bureau, no qual Angola pode ocupar a vice-presidência.

Lembrou que a cimeira de Kinshasa decorre sob o lema “Promoção da Industrialização, através do Agro–Processamento e da Transformação de Recursos Minerais e do Desenvolvimento das Cadeias de Valor Regionais, em prol do Crescimento Económico, Inclusivo e Resiliente”, adiantando que este assunto também será discutido na cimeira da União Africana (UA), a decorrer em Novembro próximo, em Niamey.

Para o ministro das Relações Exteriores, a cimeira de Kinshasa tem uma “importância particular”, salientando que à margem da mesma serão homenageados os líderes africanos que fizeram da África Austral uma região  fiel aos seus princípios e numa das comunidades “mais fortes e coesas”, em termos de toma-da de posições  na arena internacional. Entre os vários líderes a serem condecorados na cimeira, destacou o primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, numa cerimónia que contará com a presença da viúva, Maria Eugénia Neto.

Sobre a conversa mantida com o secretário de Estado norte- americano, Teté António explicou que o contacto foi “positivo”,  por abordar assuntos ligados a alguns países africanos.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) é uma organização inter-governamental criada em 1992 e dedicada à cooperação e integração sócio-económica, bem como à cooperação em matérias de política e segurança.

A promoção do crescimento e desenvolvimento económico, a diminuição da pobreza, o aumento da qualidade de vida da população, a paz e a segurança, o desenvolvimento sustentável, reforço e consolidação das afinidades culturais, históricas e sociais da região são, entre outros, os objectivos da organização, integrada pela África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe e Seychelles.