O segundo turno das eleições presidenciais da Guiné-Bissau começou neste domingo às 07:00, horário local (07:00 GMT), com dois ex-primeiros-ministros como candidatos: Domingos Simões Pereira, chefe do partido principal do país, e a oposição Umaro Sissoko Embalo.
Pereira, da África pela Independência da Guiné e Cabo Verde (Paigc), e Embalo, candidato do recém-criado MADEM-15, recebido na primeira rodada, realizada em 24 de novembro de 40,13 e 27,65% da votos, respectivamente.
Pereira, 56 anos, foi o primeiro chefe de governo que o presidente José Mario Vaz teve, mas foi demitido em 2015. Sua promessa de promover a educação e a educação o tornou popular entre os jovens.
Por seu turno, Embalo, 47 anos, também foi primeiro-ministro entre 2016 e 18. Ambos enfrentam este 29 de dezembro. Na primeira rodada de votação, o atual presidente, José Mario Vaz, não conseguiu passar para a segunda rodada.
Pelo menos 700 mil eleitores são convocados para participar das assembleias de voto deste pequeno país de língua portuguesa na África Ocidental.
Essas eleições presidenciais despertaram grandes expectativas, tanto internamente quanto fora do país, pois são marcadas por um estágio de desacordos políticos que condicionaram a estabilidade de sucessivos governos.
Desde a sua independência em 1974, após uma intensa luta contra o domínio colonial, a Guiné-Bissau passou por episódios de violência política: uma guerra civil entre 1998 e 1999 e vários golpes que interromperam o funcionamento do país.
O último golpe de estado ocorreu em abril de 2012, liderado por um grupo de soldados chefiados pelo general Mamadu True Kuruma, no contexto das eleições presidenciais daquele ano.
A Guiné-Bissau, uma nação de cerca de 1,5 milhão de pessoas, é atormentada pela pobreza, corrupção e tráfico de drogas.
Nos anos 2000, tornou-se um ponto de trânsito para a cocaína entre a América Latina e a Europa, com os traficantes aproveitando a fraqueza das agências policiais.
Para garantir a ordem do país durante as eleições, cerca de 6.500 agentes de defesa e segurança já estão mobilizados.
Cerca de 200 observadores da União Africana, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da CEDEAO e dos Estados Unidos e de 422 observadores da sociedade civil acompanharão de perto o processo de votação.
A União Africana (UA) e a Comunidade Econômica dos Estados da CEDEAO da África Ocidental confirmaram o envio de missões de observação eleitoral para supervisionar o processo.