
O ex-presidente brasileiro reafirmou sua inocência e garantiu que o processo judicial contra ele será desacreditado pelas irregularidades que ocorreram nele. Foto: teleSUR.
O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse quinta-feira que tem como principal objetivo a vontade de lutar para restaurar a democracia em seu país à situação atual do povo sob o governo de Jair Bolsonaro.
Em entrevista exclusiva ao teleSUR, o líder brasileiro reiterou que o país sul-americano tem “todas as condições para recuperar um debate democrático … e combater o neoliberalismo que está destruindo todo o patrimônio público”.
“Os dias em que fui detido na Polícia Federal (de Curitiba) me fortaleceram politicamente e hoje tenho uma vontade maior de lutar até a restauração da democracia no Brasil”, afirmou o ex-presidente.
Além disso, ele ressaltou que a democracia é uma questão muito séria e lamentou o Brasil, que antes era um país onde havia tolerância e amor no povo, agora há ódio em alguns setores, promovido por aqueles que buscam destruir as conquistas feitas pelos mais em necessidade “A situação no Brasil é delicada … as pessoas estão sofrendo, estão perdendo seus direitos”, afirmou Lula.
Surto social na América Latina
Lula criticou o papel da Organização dos Estados Americanos (OEA) na região, garantindo que “é uma vergonha” e reiterando que vários governos latino-americanos estão atualmente sendo submetidos à vontade dos Estados Unidos (EUA)
Entre eles, ele mencionou o de Bolsonaro, que não só atacou os setores que mostram desacordo com suas políticas, mas também se tornou aliado dos governos intervencionistas que buscam desestabilizar o continente.
“O que acontece na América Latina é uma articulação profunda da extrema direita liderada pelos EUA” e o presidente dos EUA, Trump, no que o líder sindical acredita ser uma tentativa de destruir os sistemas que defendem sua democracia e soberania dos seus recursos
No golpe de estado na Bolívia, ele rejeitou que as Forças Armadas não endossassem o legítimo presidente Evo Morales, mas se colocassem em nome daqueles que violavam a democracia e atacavam a população.
Esperança para a região
Em relação às eleições de Andrés Manuel López Obrador no México e Alberto Fernández na Argentina, o ex-chefe de Estado disse que isso representa um alívio e uma esperança para a região, por isso parabenizo os dois povos, principalmente o argentino, que ele reconheceu por seu compromisso e conquista de retornar à democracia após o governo de Mauricio Macri.
Por outro lado, Lula parabenizou o presidente Nicolás Maduro e o povo venezuelano por sua árdua resistência, apesar do bloqueio econômico e financeiro imposto pelos EUA, bem como pelas tentativas do extremo direito de voltar à violência e não participar de um diálogo para discutir diferenças e garantir a paz.
O fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) lembrou aos venezuelanos que apenas eles são os que devem resolver seus problemas, escolher seus governantes e determinar se o fazem bem ou não, mas não devem cair nas provocações daqueles que não o fazem. eles até respeitam a vontade das maiorias e procuram desestabilizar o país.
Lula lembrou a época em que a América Latina tinha presidentes como Hugo Chávez (Venezuela), Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia), Néstor Kirchner e Cristina Fernández (Argentina), Tabaré Vázquez (Uruguai), além de ele e Dilma Dilma (Brasil), período em que a região alcançou grandes conquistas populares, a democracia foi um fator fundamental e foi ouvida no mundo.
Processo judicial
O ex-presidente brasileiro reafirmou sua inocência e garantiu que o processo judicial contra ele será gradualmente desacreditado pelas irregularidades por trás de sua detenção.
“Acho que em breve o processo judicial será desacreditado (…) me sinto triste porque um Ministério Público que foi criado para garantir a democracia de um país e algumas pessoas (lá) resolveram fazer política. Eu acho que eles não ficaram satisfeitos com o sucesso do nosso governo ”, disse ele.
Da mesma forma, Lula insistiu que planeja desmascarar todas as acusações contra ele, uma vez que mentiram aqueles que o indicaram e estavam por trás da investigação do caso.
“Eu respeito as instituições, mas quero desmoralizar algumas pessoas que as usam para fazer política partidária … pode demorar um pouco, mas vamos restaurar a verdade no Brasil”, afirmou.
(Retirado do teleSUR)
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