Martinho Júnior /Luanda / 18 de Outubro de 2012.
1 – Os Estados Unidos têm emitido sinais controversos em relação a Angola, se levarmos em conta o que tem feito no âmbito dos seus relacionamentos ao longo do tempo decorrido nos últimos 37 anos de independência, dos 19 anos contabilizados depois do reconhecimento do país, dos 10 anos depois do calar das armas e dos 4 anos da administração democrata de Barack Hussein Obama.
Se antes os Estados Unidos condicionavam o reconhecimento ao seu entendimento, ao entendimento de sucessivas administrações norte americanas, no quadro do contencioso e das conjunturas próprias da Guerra Fria, agora parecem condicionar o seu relacionamento a interpretações neo-conservadoras espelhadas aliás pelos cenários das últimas eleições, procurando promover os seus próprios “cavalos de Tróia” na jovem “democracia representativa” angolana, à imagem e semelhança do que têm vindo a fazer de há décadas a esta parte em muitos outros recantos do globo e muito particularmente nas “primaveras árabes”.
Nesse sentido me parece importante levar em conta o que os Estados Unidos têm feito para condicionar psico-social-politicamente as sociedades a partir das experiências no laboratório que constitui para as sucessivas administrações norte americanas a bloqueada Cuba.
O bloqueio é motivo para o lançamento dessas experiências e iniciativas no sentido de condicionar por sua vez os processos sócio-políticos, com vista a “bloquear” também, sob o ponto de vista psicológico, emocional e funcional, a sociedade, estendendo para bem dentro de Cuba, para dentro da sua sociedade, a capacidade de ingerência e manipulação, com todos os efeitos que isso provoca nos vários âmbitos e cenários.