Porque é que o Esquadrão Anti-Riot continuará a operar na Colômbia apesar das alegações de violações dos direitos humanos.

#InjerenciaDeEEUU #SubversionPolitica #ManipulacionMediatica

Pela segunda vez este ano, um projecto de lei que procurou desmantelar o Esquadrão Móvel Anti-Riot (Esmad) na Colômbia, acusado de cometer violações sistemáticas dos direitos humanos durante os protestos anti-governamentais, foi arquivado.

Nesta ocasião, com sete votos a favor e três contra, a Segunda Comissão do Senado Colombiano anulou o projecto de lei, que foi promovido pelos senadores da oposição Iván Cepeda, Antonio Sanguino e Feliciano Valencia. Em Julho passado, um grupo de parlamentares tinha apresentado uma proposta à Câmara dos Representantes para modificar a Polícia Nacional e proibir a utilização de algumas armas pela polícia de choque, sem sucesso.

Na sua conta no Twitter, o senador do Polo Democrático Alternativo declarou que, embora “nesta ocasião não fosse possível”, ele persistirá. “Vamos desmantelar o Esmad”, acrescentou ele.

Por seu lado, Sanguino, esperançado pelo partido Alianza Verde, disse num tweet que a eliminação da polícia anti-riot, ligada ao Ministério da Defesa, “terá de esperar pelo novo congresso com maiorias democráticas”. “Um governo e um Congresso de mudança em 2022 devem fazer progressos em reformas como estas”, acrescentou ele. https://platform.twitter.com/embed/Tweet.html?dnt=false&embedId=twitter-widget-1&features=eyJ0ZndfZXhwZXJpbWVudHNfY29va2llX2V4cGlyYXRpb24iOnsiYnVja2V0IjoxMjA5NjAwLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X2hvcml6b25fdHdlZXRfZW1iZWRfOTU1NSI6eyJidWNrZXQiOiJodGUiLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X3NwYWNlX2NhcmQiOnsiYnVja2V0Ijoib2ZmIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH19&frame=false&hideCard=false&hideThread=false&id=1458494233367695367&lang=es&origin=https%3A%2F%2Factualidad.rt.com%2Factualidad%2F410002-esmad-desmontar-tumbar-ley-escuadron-antidisturbios&sessionId=6b2b2bb261991645b6eb14ee44c8f7f6da85e679&siteScreenName=ActualidadRT&theme=light&widgetsVersion=f001879%3A1634581029404&width=550px

Qual era a proposta?
A lei de nove artigos propunha o desmantelamento do Esmad, criado em 1999, no prazo de seis meses, e que as suas funções seriam desempenhadas pela Polícia Nacional, que também absorveria a polícia anti-motim.

Os funcionários com investigações criminais ou disciplinares por alegadas violações dos direitos humanos não seriam elegíveis para posições relacionadas com a contenção de manifestações.

Esta iniciativa legislativa propôs a substituição do Esmad por uma “Unidade Especial de Diálogo e Mediação Policial” que “garantiria o direito ao protesto e à dignidade humana, com uma abordagem diferencial, o diálogo e a resolução de conflitos”, tweetou o Senador Valencia.

Porquê desmantelar o Esmad?
Desde os protestos de 2019, tem havido um clamor crescente entre as vozes da oposição no Senado e as organizações nacionais e internacionais de direitos humanos para que o Esmad seja revisto e dissolvido face às múltiplas alegações de violações dos direitos humanos durante as manifestações.

Segundo Cepeda no seu discurso perante a Segunda Comissão do Senado, nos últimos protestos, que começaram em Abril deste ano, 61 das 80 mortes registadas por organizações de direitos humanos foram alegadamente da responsabilidade da polícia de choque.

“É evidente que o Esmad tem sérios problemas no seu funcionamento e na sua concepção, reformas superficiais não são suficientes, vemos que existe um comportamento sistemático”, disse o senador da oposição.

Este ano, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), durante a sua visita de trabalho à Colômbia, apelou à separação da polícia e Esmad do Ministério da Defesa, a fim de “garantir uma estrutura que consolide e preserve a segurança com enfoque na cidadania e nos direitos humanos”. Contudo, este apelo foi rejeitado pelo presidente colombiano, Iván Duque, que declarou num tweet que ninguém podia recomendar que um país “fosse tolerante a actos de criminalidade”.

Neste contexto, o presidente anunciou em meados do ano a “transformação” da polícia e a “modernização” do Ministério da Defesa, no meio de apelos ao fim da violência policial contra os manifestantes. Esta iniciativa foi criticada na altura por aqueles que lhe chamavam uma “mudança cosmética” que não resolvia a raiz do problema causado pela militarização e pelo “uso excessivo da força” durante os protestos.

Esta não foi a primeira vez que um organismo internacional destacou a polícia de choque. Em 2020, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) apelou a uma mudança “urgente” do Esmad, no contexto das mobilizações anti-governamentais de 2019 e desse ano.

Cepeda recordou que, para além das recomendações internacionais sobre o Esmad, existem decisões judiciais que declaram que “há uma conduta sistemática de violações dos direitos humanos contra pessoas que participaram em manifestações pacíficas”.

Em Setembro de 2020, o Supremo Tribunal emitiu uma decisão histórica ordenando ao executivo que reestruturasse o uso da força ou suspendesse o uso de espingardas de calibre 12 utilizadas pelo Esmad para conter os protestos, alegadamente responsável pela morte do jovem Dilan Cruz, um emblema das manifestações na Colômbia.

Nathali Gómez

Autor: tudoparaminhacuba

Adiamos nossas vozes hoje e sempre por Cuba. Faz da tua vida sino que toque o sulco, que floresça e frutifique a árvore luminoso da ideia. Levanta a tua voz sobre a voz sem nome dos outros, e faz com que se veja junto ao poeta o homem. Encha todo o teu espírito de lume, procura o empenamento da cume, e se o apoio rugoso do teu bastão, embate algum obstáculo ao teu desejo, ¡ ABANA A ASA DO ATREVIMENTO, PERANTE O ATREVIMENTO DO OBSTÁCULO ! (Palavras Fundamentais, Nicolás Guillen)

Deixe um comentário