teleSUR
O Ministério Público Eleitoral pediu na quarta-feira para multar o actual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, por ataques e declarações contra o sistema eleitoral e fazer avançar a propaganda antes das eleições presidenciais de Outubro próximo.
A 18 de Julho, o presidente brasileiro expressou as suas suspeitas sobre as urnas electrónicas e o processo eleitoral a um grupo de embaixadores e diplomatas na residência presidencial.
![](https://tudoparaminhacuba.wordpress.com/wp-content/uploads/2022/08/image-66.png?w=306)
As acusações de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral foram negadas pelas autoridades eleitorais do país sul-americano.
Em resposta às observações do presidente brasileiro, o Ministério Público Eleitoral pediu ao Supremo Tribunal Eleitoral para multar Jair Bolsonaro e remover os vídeos nas redes sociais que mostram fragmentos do seu discurso aos embaixadores.
Segundo o procurador-geral adjunto eleitoral, Paulo Gonet, por Bolsonaro atacando o sistema de votação e posicionando-se como vítima, acabou, na prática, por pedir votos a seu favor.
“Certamente, o que aconteceu foi a revelação de hipóteses de propaganda inaceitáveis, tanto no próprio período como de antemão”, disse Gonet.
O órgão eleitoral assinalou igualmente que o encontro entre Bolsonaro e os diplomatas foi transmitido na televisão e na Internet e chegou ao público votante nas eleições de 2 de Outubro.
Anteriormente, os legisladores da oposição pediram ao STF para investigar Jair Bolsonaro, a quem acusam de cometer um crime de responsabilidade, um crime contra o Estado democrático, transgressão eleitoral, impropriedade administrativa e incitamento às forças armadas contra o TSE.
Os media brasileiros garantiram que Jair Bolsonaro não aceitaria o resultado eleitoral se fosse derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo que procuraria mobilizar os seus apoiantes para tentar repetir no Brasil a invasão do Capitólio nos EUA por seguidores do ex-presidente norte-americano Donald Trump a 6 de Janeiro do ano passado.